31.12.05

Resoluções para o ano que chega

Investir mais tempo em mim.
Investir mais dinheiro em mim.
Investir mais dinheiro no banco.
Voltar a jogar basquete pelo menos uma vez por semana.
Voltar a mergulhar. Desta vez é sério.
Pular de pára-quedas. Mas só se eu tiver coragem.
Pular sem pára-quedas em todos os projetos que me pareçam válidos e pertinentes.
Abraçar e beijar meus amigos e amigas. Mais e melhor.
Sem pretensões e motivações religiosas, perdoar.
Exercer um pouco mais de tolerância.
- Ou não.
...Tudo bem, tudo bem: risca a tolerância. Quero continuar sarcástico e debochado. Eu gosto assim.
Conciliar minhas duas vocações, ainda que muita gente insista em me chamar de louco.
- Aliás, quero continuar louco, sob todo e qualquer aspecto.
Em 2006, espero continuar sorrindo.
Muito.
E quero também escrever uma mensagem de fim de ano mais original e menos piegas do que esta.
Que os Deuses Antigos me concedam autencidade para ser eu mesmo, só que melhor.
Felizes 365 dias para todos.

26.12.05

Brotas, SP

Pain Lies on the Riverside - Live
I have never taken Life
Yet I have often paid the price
And you, you are a victim of this age
And the guilt that hangs around your neck
Has got me locked up in a cage
You've got to learn to live until no end
But first you must learn to swim all over again,
Because
Pain lies on the riverside
And pain will never say goodbye
Pain lies on the riverside
So put you feet in the water
Put your head in the water
Put your soul in the water
And join me for a swim tonight
I have forever, always tried
To stay clean and constantly baptized
I am aware that your river's banks, they are dry
And to wait for a flood Is to wait for life
I've got to learn to live until no end

But first I must learn to swim all over again,
Because
Pain lies on the riverside
And pain will never say goodbye
Pain Lies on the riverside
So put you feet in the water
Put your head in the water
Put your soul in the water

And join me for a swim tonight.

19.12.05

Do inferno ao Céu e Feliz Natal

O inferno: correria de shopping quase às vésperas do Natal. Para não mencionar a grana do táxi, porque não havia condição ou possibilidade humana de carregar aqueles embrulhos todos de ônibus. E eu não vou nem falar sobre o meu saldo bancário depois desta viagem aos quintos. Sobre este assunto, só me manifesto em juízo, e mesmo assim somente em 2006. Se possível for, após o Carnaval.
O Céu: uma semana de folga em outro código de área, longe de tudo, com rafting, rapel e arvorismo no cardápio. E o melhor: na feliz companhia dela.
O Feliz Natal: por motivo de viagem do editor, Letras Mortas entra em recesso natalino. A meia-dúzia de leitores que ainda passam por aqui, desejamos tudo de melhor que o festejo Cristão possa oferecer em termos comerciais; porque convenhamos: à parte do bacalhau e do vinho - e quem sabe a possibilidade de colocar o papo em dia com aquela prima que você não vê há um tempão - o que todo mundo quer mesmo é ganhar um carro do ano. E se você ainda acredita em Papai-Noel... por favor nos envie a fórmula do que quer esteja tomando.

12.12.05

Pode preparar o funéreo...

Como é?! Nelson Tanure assumiu o controle acionário da Varig?! Agora sim a coisa vai... pro buraco. Alguém aí tem sugestões para o epitáfio?

8.12.05

La petite mort

Estou reeditando. Mas é uma das minhas prediletas.
Abriu a porta da varanda de forma lenta e deliberada. O vento lambeu seu rosto e braços, arrepiando pêlos e trazendo-lhe a lembrança dos passeios de bicicleta pelas ladeiras da infância. Não estava frio, apenas confortável. Ele sabia que tinha uma reunião importante pela manhã, mas entendeu que, se havia despertado com o uivo fraco mas insistente à janela, poderia muito bem aproveitar o céu de estrelas e lua nova. Coçou gentilmente a barba por fazer, a fricção aquecendo-lhe levemente as mãos, e foi até a geladeira sem acender as luzes no caminho. Apanhou uma garrafa de vinho tinto, buscou o romance que repousava na cabeceira da cama, e voltou ao amplo balcão externo, onde o vento que o acordara havia se transfomado em suave brisa. Acomodou-se em uma espreguiçadeira para ouvir a maresia e cheirar a chuva que já não caía, mas deixara uma fina camada de umidade sobre as plantas. Serviu-se uma taça, o gorgolejar do vinho ao deixar a garrafa saciando-lhe os ouvidos em uma madrugada atipicamente silenciosa, e perfeitamente sua. Abriu o livro. Estava mais ou menos no meio do segundo parágrafo quando uma pomba imaculadamente branca pousou no alambrado, e arrulhou um alô que só ele, entre todos os seres humanos, poderia entender. Como uma criança, devolveu o ruído. O bicho lhe sorriu e alçou vôo. Retornou ao livro, e nele permaneceu até pesarem os olhos. Estava recolhendo taça e garrafa, pronto para voltar para a cama, quando percebeu uma luz se acendendo no prédio em frente. Do outro lado da rua, uma mulher esguia, quase impossivelmente longilínea, chegava também à varanda. Usava uma camisola de seda preta que dispersava uma luminiscência tremulante ao sabor do vento - o mesmo vento que à primeira lufada delineou de forma gradual mas firme os jovens mamilos, em seios que ele não conseguiu decidir se eram pequenos ou fartos. A visão paralisou-o por alguns instantes pela pura beleza, e por não mais de um momento teve a ceteza de que, apesar da distância, os olhos dela - palidamente azuis em baixo contraste com a alva compleição da face - cruzaram com os seus. O encontro não foi instintivo, tampouco espiritual. Residiu no inefável, no indefinível. Sob o manto negro respingado de luz daquela noite sem lua, dançaram uma paradoxal sinfonia de nota única, eterna em sua brevidade. Ele apenas sorriu e voltou para o quarto. Ela abriu uma garrafa de vinho.

5.12.05

Domingão

Não há nada que uma boa tarde de patinação não cure...

29.11.05

Eu, ator

Então é isso. Esta noite me tornei um ator... profissional?! Mas será que foi hoje mesmo? Engraçado... já me senti mais "ator profissional" antes, em outros trabalhos, com os quais me identifiquei mais, me dediquei mais, e ao fim do processo, até me diverti mais. Mas a escola diz que agora sou um ator profissional. Antes de descerem as cortinas, os aplausos do teatro lotado me disseram tão-somente "Parabéns. Você se desafiou a fazer isso, e conseguiu. Mais uma etapa vencida". O que não deixa de ser bom, by all means. Você se aquela reta final de faculdade em que tudo o que a gente quer é entregar a monografia e cortar o cordão umbilical, mas quanto mais esforço, mais longe parece o objetivo? Pois é. Ao menos, pelo que consta, objetivo alcançado. Agora basta esperar o diploma e tirar o registro.
Confesso, entretanto, que esta última montagem não me agradou. Mas talvez, justamente por isso, possa ser considerada a última real lição da escola de teatro, uma que eu tive que viver na prática para aprender. Mais de uma vez ouvi de professores que a satisfação com o palco vinha muito das escolhas que se faz na vida, o que significa dizer que, se você não é um ator-desempregado-louco-atrás-de-qualquer-papel, aceite apenas trabalhar com textos nos quais você realmente acredita, pelos quais se sinta instigado. Talvez, ao saber da viagem a Washington e do atropelo que isso traria a todo o processo, adiar minha formatura tivesse sido uma melhor escolha. Mas eu, geminiano, fiquei morrendo de medo de não voltar (...) Bah!! - Isso já não vem ao caso... Fica a felicidade aliviada de saber que não sou um ator-desempregado-louco-atrás-de-qualquer-papel - Graças! - e a então promessa pessoal de que, daqui por diante, se novos papéis surgirem, procurarei fazer apenas boas escolhas. A salutar necessidade de boas escolhas... taí: essa foi a última grande lição do curso de teatro que, oficialmente, completei hoje. Há, na escola, uma brincadeira-séria que diz "A Casa das Artes de Laranjeiras orgulhosamente apresenta mais uma turma de atores sem emprego". Apesar de todos os atropelos e algumas desavenças, espero que dessa trupe - que até hoje não sei exatamente se posso chamar de minha - não saia nenhum desses. Quanto a mim, agradeço apenas por ter experimentado o palco, um prazer indescritível nos momentos em que eu realmente estive lá de corpo e alma. Sem falsa modéstia, acredito ter me tornado um belo ator. E até que a Bárbara Heliodora se digne a fazer uma crítica negativa de qualquer trabalho meu, ninguém vai me convencer do contrário. Isto posto, aplausos para mim.
E... alguém aí conhece um grupo ou companhia que trabalhe seriamente, ensaiando em horários beeeeemmmm flexíveis?

26.11.05

O Resumo da Ópera

A vantagem de ter uma namorada com a mesma idade mental que a minha é que ela me leva para ver Harry Potter no fim de semana da estréia (...) É isso.

23.11.05

Sem direito a uma Kaiser antes

Minha vovó dizia - será que era ela mesmo? Bem, não importa. Alguém dizia, e a coisa ficou gravada no meu subconsciente idio-coletivo (sim, essa eu acabei de inventar. Legal, né? Eu adorei!) - que a oportunidade é uma mulher louca e careca, com apenas uma franja à guisa de cabelo. Então, se você não a agarra de frente quando ela passa por perto, pode começar a rezar para que ela, dentro de seu caótico e errático ciclo , resolva passar novamente por você; o que pode ou não acontecer.
Pois bem...
Uma oportunidade bem grande, vamos chamar assim... uma senhora oportunidade, acaba de me pegar pelos ombros e sacudir bem forte. Bateu na minha cara como quem diz "acorda!!", e de tanto esforço desalinhou a franja. Está agora me olhando com belíssimos olhos verdes, indagando-me em silêncio que atitude vou tomar agora.
Xeque. Minha vez.
Hoje me sinto muito bem, mas só com um pouquinho de medo.

17.11.05

...Estarei ficando velho?

Antes de mais nada, que fique claro: sou um patriota. Posso não adotar posições políticas radicais, até por uma óbvia restrição de ética profissional, mas gosto de pensar o país, e sou apreciador de seus símbolos, a começar pelo Hino Nacional, que reputo ser uma belíssima obra de poesia. Pois nesta quinta-feira passei por uma situação curiosa: cobrindo um ato de apoio a José Dirceu no Rio de Janeiro, fiquei surpreendentemente contrariado e, por que não dizer, enraivecido, ao ouvir centenas de petistas encerrarem a cerimônia cantando em coro à Pátria Mãe Gentil. Pareceu-me a a apropriação indébita de um símbolo maior, do país, com o propósito específico de render homenagem a um personagem que - a parte de toda a trajetória política de luta democrática - parece mesmo ter participado dos bastidores de um dos mais lamentáveis episódios da história recente do Brasil. Sem dúvida, para toda aquela turma, deve ter sido apenas natural cantar o Hino Nacional para marcar uma posição política que muitos devem genuinamente - sem trocadilho, por favor - acreditar ser a melhor para o futuro da nação. A questão é: poderiam eles fazê-lo à revelia de quem, presente ali ou não, falha em ver o PT como uma boa alternativa? Por que não cantaram o hino do partido? Não foi a primeira e certamente não será a última vez que ouvirei, a trabalho, a inspirada obra de Joaquim Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva. Mas desta vez, de pronto, e até mesmo para minha surpresa, confesso, não me vieram gratas lembranças cívicas - revoltei-me. Não cantei. Saí às pressas do auditório. Será que fui por demais purista na interpretação do que possa significar tão-somente uma música como catalisadora de vontades comuns, ou alguém entre a minha meia dúzia de leitores enxerga sombra de sentido ou razão em minha quase-cólera? Por certo, o Hino é de todos nós brasileiros, e eles tinham o direito de cantá-lo. Mas eu fiquei muito triste em pensar que não o estavam entoando por um bom motivo... Meu Deus, será que estou virando um reacionário rabugento?

14.11.05

No pain, no gain

Depois de um mês de férias, volto à academia, com toda aquela falta de força e ritmo tão característica dos sedentários. Me sinto meio estranho. Subo à balança e lá vem a primeira má notícia: quatro quilos a mais, que certamente não são de massa magra. Triste. Procuro a professora para fazer uma nova série. Tenho idéias para os próximos meses, e um planejamento para organizar a malhação. E o que ela me diz? "Não sei se podemos aplicar esta série. Isso que você quer fazer é coisa de marombeiro"
COMO ASSIM, EU NÃO SOU MAROMBEIRO?!?!?!?!?!?!
Todas as luzes vermelhas se acenderam, todos os alarmes soaram no último volume. Está tendo início a Operação Verão 2006. Me aguardem.

Em verdade vos digo

Diz o jovem filósofo e conselheiro sentimental: acreditem, crianças, um bom diálogo é sempre a melhor solução.

7.11.05

Puxando a cordinha

Para tomar emprestadas as linhas de alguém que entendia muito mais do que eu sobre as angústias cotidianas do ser humano:
Tenho andado distraído, impaciente e indeciso.
Perguntas demais, projetos demais, respostas de menos. Onde será que eu vou estar amanhã?
Eu sei que ninguém vai poder responder, mas eu quis perguntar assim mesmo, só pra ver se o Cosmos oferece algum tipo de manifestação clara e final... Até o momento, de frente para mais uma tela da redação, não veio resposta nenhuma. Nem telefone tocou.

1.11.05

O trágico pelo cômico

Eu sei, eu sei... Isso aqui anda às traças. Um, porque ando meio sem inspiração, e dois porque foi completamente absorvido por joguinhos demoníacos de PC. Até minha namorada virou uma fominha de computador. Tanto, talvez mais do que eu.
Mas atentem para essa saga da terceira idade, e me digam: não fosse a tragicidade da coisa... não seria cômico?
Assaltantes que estavam planejando um roubo de carga levaram uma ambulância em um dos acessos à Ilha do Fundão, na zona norte do Rio, nesta segunda-feira, e com o veículo um idoso surdo e sua acompanhante. A ambulância vinha do município de Paty de Alferes, na região Centro Sul do estado, trazendo treze pacientes para tratamento em diversos hospitais da capital. Quando o motorista chegava ao Hospital Universitário da UFRJ, bandidos armados fecharam a pista e anunciaram o assalto. A paciente Clea Cardoso, de 63 anos, usuária de uma bengala, teve dificuldade para descer, e quase foi levada também pelos criminosos. Além da ambulância da prefeitura de Paty do Alferes, os bandidos levaram um carro. O administrador de empresas Júlio Cesar Leal estava conduzindo o filho para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, quando foi abordado. Ele conta que os criminosos estavam nervosos com a demora dos pacientes em deixar a ambulância à frente. O carro de Júlio Cesar e a ambulância de Paty do Alferes foram localizados ainda pela manhã perto de um dos acessos à favela Vila Joanisa, na Ilha do Governador. A unidade médica teve todos os bancos removidos para acomodar algum tipo de carga, provavelmente cigarros, segundo a polícia. Os bandidos abandoram os veículos durante uma troca de tiros, num local onde estava sendo descarregada uma remessa de maços. O idoso surdo e sua acompanhante foram liberados pelos criminosos logo depois do roubo da ambulância, mas não procuraram ajuda policial. Segundo o subsecretário de planejamento e integração operacional da Secretaria de Segurança Pública, Paulo Souto, as vítimas voltaram por conta própria a Paty do Alferes. O delegado não descartou a possibilidade de convocar o idoso e sua acompanhante a prestarem depoimento na Ilha do Governador, onde o caso foi resgistrado e o planejamento do roubo de carga está sendo investigado.

12.10.05

Pega no meu Athlon

Meu computador novo chegou. Eu sou uma criança feliz. Muito feliz. Obrigado ao sogrão pela consultoria e intermediação do negócio.

8.10.05

Georgia on my mind

Complicou para postar de Atlanta. A todos os amigos que estavam acompanhando minhas aventuras gringas por aqui, peco deculpas, e convoco a todos para uma mesa de bar em data a ser combinada em breve. Soh hoje, jah de saida, consegui tempo numa biblioteca publica para checar e-mails e passar pelo blog. Acabaram-se as reunioes, acabaram-se os dolares, a saudade eh muita, estou voltando para casa. Muita coisa ficou por ser vista - principalmente em Washington: museus, monumentos, coisas assim. No mais, a viagem foi super proveitosa. Vou daqui direto para o aeroporto, e domingo de manha volto a escrever diarios da Cidade Maravilhosa - o melhor lugar do mundo, nao importa aonde voce possa estar... See ya!

3.10.05

Diarios de Washington 2

Estejam avisados de que voltarei para o Brasil ainda mais insuportavel do que eu era quando sai. Depois de ser recebido pessoalmente pelo Secretario Geral da Organizacao dos Estados Americanos em seu escritorio, e de trocar cartoes de visita - para nao mencionar ideias - com o Vice-presidente da Camara Americana de Comercio, estou me sentindo um jornalista muito importante. Nao vou sequer mencionar que estou passeando de um lado para outro em um micro-onibus que tem todos os luxos de uma limosine... Gente, nem eu estou me aturando mais, e hoje foi soh o primeiro dia de trabalho. A unica lastima eh que, por aqui, nem mesmo um profissional tao inquestionavelmente importante quanto eu consegue um maldito teclado ABNT para postar. Eh o preco que se paga por ser um reporter de nivel internacional...

2.10.05

Diarios de Washington

Embarcar em um voo internacional no Tom Jobim eh experiencia absolutamente distinta do inicio de uma viagem domestica. A comecar pelo check in. As pessoas na fila exalam aquele ar de auto-confianca e indeferenca que, aparentemente, so mesmo as bolsas Vitton e os ternos Armani podem dar. Entao, la estava eu, entre casais despachando pranchas de surfe e velhinhos pesando tacos de golfe, sem mencionar a mulher de saia rosa combinando com a mochila da Barbie. Eu acho que soh consegui me misturar porque, depois de anos trabalhando com afinco nas aulas de interpretacao, consegui executar com perfeicao minha expressao 49: aquela que denota indiferenca com leves tracos de cansaco, tendo como sub-texto "ai-meu-deus-lah-vou-eu-de-novo-para-fora-do-pais-mas-como-sao-chatas-essas-formalidades-de-embarque-e-nao-me-importa-quanto-voce-tem-na-conta-porque-eu-tenho-mais". Estavam por lah dois distintos cavalheiros com bigode igual ao do Saddam Hussein: meu lado Jason Bourne logo os identificou como possiveis sequestradores. Estavam me olhando atentamente - na certa perceberam que eu era um agente federal a paisana. Mas acho que, quando descemos em Sao Paulo, eles foram tentar a sorte em outro aviao, com muito medo de mim. Como nem tudo sao rosas, a Varig despachou minhas malas erradamente, o que me levou a uma grande correria em Guarulhos, mas finalmente consegui embarcar para Atlanta. Ponto pacifico: comida de bordo eh horrivel, nao importa se voce estah num voo de longa distancia. E para nao dizer que soh nos brasileiros somos desorganizados, houve problemas tambem com a reserva do hotel na chegada em Washington. Mas, no fim de tudo, consegui me instalar. A cidade eh uma graca. Ontem mesmo fui passear de metro ate o shopping mais proximo. Havia atrasos nos trens, e eu nao achei o que queria comprar, mas como por aqui tudo eh novidade, tudo bem. O milk-shake de chocolate Hersheys eh um absurdo de bom - disso eu certamente sentirei falta. Mas sabem o que mais me chocou? - Reparar, hoje pela manha, que eles servem bananas verdes no cafeh... Eca. E nao reclamem da falta de acentos e cedilhas. Estou postando em teclado adverso, num grande esforco de reportagem.

28.9.05

A não-morte anunciada de Terry

É isso, gente. Depois de quase uma década de serviços prestados, Terry Schiavo será substituída. Ela vai dar lugar a um Pentium 4 com capacidade de processamento dez (!!!) vezes maior que a sua, com direito a internet banda larga e Windows XP. Mas se engana quem pensa que meu bom e velho 333 sucumbirá em esquecimento e ignonímia. Minha ilustríssima genitora, que inicia seus passos pelas sendas da informática, pediu a Terry de herança. E pedido de mãe não se nega. A decisão final pela substituição de tão nobre e literal panela velha veio do fato de que, indo a Washington - aliás, estou embarcando na sexta! Boa viagem para mim! - resolvi comprar uma câmera digital. Mas para brincar com tal aparato, vou precisar de uma máquina decente...
Tá bom, tá bom... Eu confesso: não joguei Neverwinter, Freelancer, nem Knights of the Old Republic. E podem estar certos de que em outubro eu vou à forra em grande estilo! Quanto a Terry, ela ainda tem um longo futuro pela frente, sob nova tutela. Indignada e traída, a virtual highlander mandou dizer que vai nos enterrar a todos!

21.9.05

Enquanto isso, em algum consultório...

O relato que segue - verídico, por mais incrível que possa parecer - vem de uma amiga de faculdade da minha namorada. Jornalista recém-formada, é figura das mais simpáticas e engraçadas. A identidade da moça não será divulgada para proteger sua privacidade, e porque eu, abusado, simplesmente não pedi permissão para reproduzir o texto. Mas a desculpa... ops! O motivo oficial é a necessidade de manutenção do sigilo na relação médico-paciente. Muito embora vocês possam perceber, pelas próximas linhas, que todo o mais nesta relação - incluindo a mais pálida noção de civilidade - foi mandado para o quinto dos infernos por um tresloucado doutor:
Não, não estou repassando nenhuma mensagem enviada por amigos via e-mail.
Ouvi hoje, às 7h30 da manhã, do meu oftalmologista enquanto estava sentada numa daquelas milhares de maquininhas em que temos que encaixar a testa e o queixo, e ficamos olhando nossos próprios olhos no reflexo de algo que não sei o que é.
Médico: Tá precisando fazer as sobrancelhas, né?
Eu: ...
Médico: Olha só, cresce mais de um lado do que de outro...
Eu: ...
Médico: Você depila com cera ou pinça? Minha esposa diz que com cera dura mais.
Eu: ...
Médico: É muito comum termos essa falta de proporção no crescimento dos pêlos no corpo, sobrancelhas, pelo dos braços e pernas, e até mesmo dos genitais.
Eu: !!!!!
Médico: Quando eu era jovem, conheci uma menina que parecia uma rabino de um lado e um skinhead do outro, era curioso.
Eu: ...!!!...!!!...!!!...!!!...!!!...!!!

Enfim. O que pensar de um dia que começa assim? Vc se prepara pra tudo, né? Qq coisa pode acontecer! Depois eu falo, neguinho acha que eu tô de sacanagem... Vou andar com um gravador na bolsa.

Pqp.

14.9.05

Packing my bags

Bem que a vovó já falava: cuidado com o que você quer, porque seu desejo pode se realizar. Pois é. Eu sempre quis fazer jornalismo viajando. Investi na profissão por acreditar que com ela não cairia em rotinas de escritório (...) Nos últimos meses, as viagens estão abundando. Nas últimas novas, nem eu acreditei. A ficha só caiu hoje, depois de um almoço com a Adida de Imprensa do Consulado dos Estados Unidos no Rio. Estou indo para Washington. Dois dias na capital americana, e dois dias em Atlanta, acompanhando um programa governamental de incentivo a pequenas empresas. Mamãe ficou super orgulhosa.

6.9.05

La Petit Mort

Abriu porta da varanda de forma lenta e deliberada. O vento lambeu seu rosto e braços, arrepiando pêlos e trazendo-lhe a lembrança dos passeios de bicicleta pelas ladeiras da infância. Não estava frio, apenas confortável. Ele sabia que tinha uma reunião importante pela manhã, mas entendeu que, se havia despertado com o uivo fraco mas insistente à janela, poderia muito bem aproveitar o céu de estrelas e lua nova. Coçou gentilmente a barba por fazer, a fricção aquecendo-lhe levemente as mãos, e foi até a geladeira sem acender as luzes no caminho. Apanhou uma garrafa de vinho tinto, buscou o romance que repousava na cabeceira da cama, e voltou ao amplo balcão externo, onde o vento que o acordara havia se transfomado em suave brisa. Acomodou-se em uma espreguiçadeira para ouvir a maresia e cheirar a chuva que já não caía, mas deixara uma fina camada de umidade sobre as plantas. Serviu-se uma taça, o gorgolejar do vinho ao deixar a garrafa saciando-lhe os ouvidos em uma madrugada atipicamente silenciosa, e perfeitamente sua. Abriu o livro. Estava mais ou menos no meio do segundo parágrafo quando uma pomba imaculadamente branca pousou no alambrado, e arrulhou um alô que só ele, entre todos os seres humanos, poderia entender. Como uma criança, devolveu o ruído. O bicho lhe sorriu e alçou vôo. Retornou ao livro, e nele permaneceu até pesarem os olhos. Estava recolhendo taça e garrafa, pronto para voltar para a cama, quando percebeu uma luz se acendendo no prédio em frente. Do outro lado da rua, uma mulher esguia, quase impossivelmente longilínea, chegava também à varanda. Usava uma camisola de seda preta que dispersava uma luminiscência tremulante ao sabor do vento - o mesmo vento que à primeira lufada delineou de forma gradual mas firme os jovens mamilos, em seios que ele não conseguiu decidir se eram pequenos ou fartos. A visão paralisou-o por alguns instantes pela pura beleza, e por não mais de um momento teve a ceteza de que, apesar da distância, os olhos dela - palidamente azuis em baixo contraste com a alva compleição da face - cruzaram com os seus. O encontro não foi instintivo, tampouco espiritual. Residiu no inefável, no indefinível. Sob o manto negro respingado de luz daquela noite sem lua, dançaram uma paradoxal sinfonia de nota única, eterna em sua brevidade. Ele apenas sorriu e voltou para o quarto. Ela abriu uma garrafa de vinho.

3.9.05

Aonde eu vim parar

Pode parecer um baita programa de índio, e sob muitos aspectos, de fato é. Mas o que eu pensei que fosse a furada do século, está se mostrando uma viagem até que interessante. Estou postando de Angicos, semi-árido do Rio Grande do Norte. Mais uma sessão do banho de povo que o Lula está tomando para tentar - a meu ver da pior forma - descolar-se da crise. "Mas como ele foi parar em Angicos?!" - vocês vão perguntar... Bem, avião até Natal, e carro alugado em direção ao interior do estado. Deu para observar, em primeira mão, a mudança de clima e vegetação que eu só tinha estudado no colégio, e não veria sob outras circunstâncias, porque não me parece, exatamente, uma opção turística. É sim, sob muitos aspectos, uma paisagem desoladora, mas me levou a repensar um bocado de coisas. Nós, das áreas nobres das metrópoles, temos mania de reclamar de tudo. Aqui a gente vê uma outra face da nação. E olha que eu nem cheguei no sertão. O povo, humilde, abre sorriso só em saber que você é de fora. Querem saber de tudo, perguntam um monte de coisas. Abastecer o carro foi uma experiência. Quando disse para o frentista emitir nota em nome da Rádio Globo, foi uma sensação. Mesmo os colegas olham diferente. E eles são jornalistas, tanto quanto (...) Seria mais cômodo estar apresentando o programa do estúdio, mas dessa vez estou curtindo a cobertura. Talvez pelo tom de aventura - pegar a estrada com o mapa na mão e ter a chance de observar um monte de coisas. Tá que eu quase atropelei um jegue, mas isso é outra história. Agora, a cerejinha: Lula cancelou seus compromissos em Natal. Se tudo der certo, ainda vou passear nas dunas hoje à tarde. Que triste, não?

25.8.05

Genial

Recebi por e-mail de uma amiga. O crédito, supostamente, é de uma aluna de Letras da Federal de Pernambuco. De qualquer forma, é um daqueles textos a cujo final se chega com uma ponta de saudável inveja: "cara, eu queria ter escrito isso!"
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino singular. Era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar em que ninguém mais pudesse ver e ouvir.
Sem perder a oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a se movimentar: só que em vez de descer, subiu e parou justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Estavam conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo - todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram numa pontuação tão minúscula que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula... Ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras: estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais (...) ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta foi aberta repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos aos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e demandou seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que deixar que uma metáfora corresse por todo o edifício.
O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal... Que loucura, minha gente!! Aquilo não era nem comparativo: eraum superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo oral, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, e pensando em seu incólume infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

23.8.05

De volta à República dos Nerds

Para quem é do Playstation 2 ou do PC: depois de tempos resistindo à idéia de embarcar em um game que certamente iria (vai) me consumir meses, caí na tentação de alugar Grand Theft Auto - San Andreas. Recomendo muitíssimo. Todo o prazer mórbido de se fazer um strike de pedestres à beira da praia e fugir em alta velocidade da polícia ao alcance das mãos. Para não mencionar a delícia de incendiar a casa de um gangsta rival com vários molotovs, só para salvar a namorada dele no meio da confusão e roubar a garota. E imaginem só as risadas quando, ao ser deixada em casa, a personagem se apresenta como... Denise!
Tá, tá, eu sei que é geek. Mas eu nunca neguei que sou um nerd de coração.

16.8.05

Mais do mesmo

Tá, tá... Eu sei que há séculos o assunto predominante por aqui é a crise política. Acho até que devo ter perdido uns três leitores, o correspondente a quase 99,78% dos passantes, segundo dados da mais recente pesquisa Vox populli de inclusão e aprovação digital de conteúdo. Perdoem se me tornei um mala da CPI - sem trocadilho, por favor!!
É que as últimas semanas andam tão morninhas...

12.8.05

...

Semaninha mais sem graça, hein?! ...Ê, gastura!

8.8.05

Tudo de novo

Terminaram as... férias?! Pois é. Mais uma peça, a última da escola. Persiste a dúvida sobre fazer ou não fazer. Não gostei do texto. Adiar por uns seis meses pode ser uma idéia. Ando tão cansado...

4.8.05

Sobre o Piauí

Eu amo o Rio de Janeiro.

2.8.05

Próxima Parada

Lá vou eu de novo. Desta vez para Teresina, no Piauí. É isso mesmo que você entendeu: Teresina, no Piauí. Longe pra cacete - com o perdão do francês mal empregado. É que o Lula resolveu passear, sabe como é. Deixar um pouco de lado o ar pesado de Brasília, porque lá só fala no Marcão, na Comissão, na Corrupção, no Mensalão, e em um monte de outras coisas assustadoras com letras maiúsculas. Com a crise no aumentativo, acho que o presidente achou por bem respirar um pouco do oxigênio nordestino para recuperar as energias. Vai fazer discurso para os pobres de Floriano. Cara, você já ouviu falar em Floriano?! Pois é para lá que eu vou. Tenho quase certeza de que vou meter o pé no barro. Mas tudo bem: o lado bom disso tudo é que estou até me sentindo um jornalista importante. Afinal, nas últimas semanas, São Paulo e Distrito Federal entraram no meu logbook - que chique! E, desta vez, resolvi fazer um cartão Smiles. Convenhamos: ganhar algumas milhas às custas da empresa não vai me fazer mal algum...

29.7.05

Ei!!??!!

Só poderia mesmo ter acontecido comigo. Sou péssimo com os tais aniversários. As pessoas não acreditam, mas uma vez eu esqueci o meu próprio. Minha mãe me acordou com aquela festa na cama, cantando parabéns, e eu com aquela cara de desentendido: "parabéns por quê?!" A confusão era autêntica e sincera. Ela precisou me lembrar. Este ano já esqueci o cumpleaños de pelo menos uma amiga querida - mais uma vez, Keka, desculpa!!
Ocorre que só hoje percebi que isto aqui fez um ano de existência no último dia 27. Trezentos e sessenta e cinco dias - por que eu escrevi isso por extenso?! - perturbando o juízo da meia-dúzia de leitores com gracejos infames, críticas cinematográficas e teatrais subjetivas, devaneios pessoais pretensamente voltados ao coletivo. Ou não. Feliz Aniversário, Letras Mortas. Muitos anos de vida. Papai vai estar sempre por aqui. Enquanto for possível e agradável.

Riscos da vaidade feminina

Uma mulher foi levada às pressas para o CTI de um hospital. Tubos. Cirurgias. O trabalho médico teve complicações. A paciente chegou àquela quase-morte, o que os anglos gostam de chamar de near death experience - sempre achei esse termo um charme. Neste estado, encontrou-se com Deus:
- Que é isso? - perguntou ao Criador - eu morri?
- Não. Pelos meus cálculos, você morrerá daqui a 43 anos, 8 meses, 9 dias e 16 horas - respondeu o Eterno.
Ao voltar a si, sabendo quanto tempo ainda tinha de vida, resolveu, ali mesmo naquela clínica, fazer uma lipo, uma plástica de restauração dos seios, rosto, nariz, e barriga. Tirou todos os excessos. Ficou linda, jovial, exuberante. Teve alta uma semana depois.
No dia seguinte, ao atravessar a rua saindo de casa, foi atropelada por um veículo em alta velocidade. O motorista, bêbado, fugiu sem prestar socorro. A mulher morreu na hora. Ao encontrar-se de novo com Deus, ela perguntou:
- Puxa, Senhor Deus, eu achei que tinha mais 43 anos de vida! Porque morri?! Logo depois de toda aquela despesa com cirurgias plásticas!
Deus, aproximando-se dela e olhando-a diretamente nos olhos, respondeu:
- Menina, juro por Mim que não te reconheci!

25.7.05

Marketing agressivo

Será que o Duda "Galo" Mendonça não pensou nisto?! Ou seria esta a função de Marcos "Vale-Quanto" Valério, outro notório publicitário ligado ao Planalto?

20.7.05

Até quando?!

A semana em Brasília está sendo ótima, aparte da saudade que aperta. É o tipo de cobertura que eu mais gosto de fazer, onde me sinto mais à vontade, e a cidade é bem legal. Mas é chocante a pachorra dessas pessoas que estão até o pescoço na lama de todo esse esquema de pagamento de propina parlamentar. É triste. Sobre Delúbio Soares e Silvio Pereira, eu tomo emprestadas as palavras do deputado Osmar Serraglio PMDB-PR, relator da CPI dos Correios, quando cita o filósofo romano Cícero quanto às articulações de Lucius Sergius Catilina, que conspirava, antes de Cristo - e isso já faz tempo! - para derrubar o Senado:
- Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo zombará de nós essa tua conduta? A que extremos se há de precipitar a tua audácia sem freios? Nem a guarda do Paladino, nem a ronda noturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto desses senadores, nada disso conseguiu perturbar-te? Não sentes que teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração, todos aqui a conhecem?
Ninguém por aqui me respondeu até agora sobre a zona eleitoral. Nem me ofereceu uma mala. Isso também é ruim. Ah! Singelo detalhe: estou postando de um computador do Congresso. Autêntico uso da máquina pública para fins privados. Cheers!

17.7.05

Chocado

Não me interessa se você é ou não fã dos quadrinhos de Frank Miller - e, cá entre nós, você deveria ser. O importante a essa altura dos acontecimentos é que você não perca Sin City quando o filme entrar em circuito, acho que na próxima sexta-feira. Porque, se perder, estará deixando de apreciar a subversão de signos e linguagem mais original da sétima arte desde Dogville - para não mencionar um filme noir como Hollywood desaprendeu a fazer há muito tempo. Eu estou até agora sem muitas palavras para comentar o que presenciei na pré-estréia. É positivamente chocante. Uma obra prima.
Estou embarcando para Brasília nesta segunda pela manhã. Perdoem se isto aqui ficar meio abandonado nos próximos dias: durante toda a semana estarei no olho do furacão, exercitando jornalismo nos corredores do Congresso, nos plenários da CPI. Com um pouco de sorte, alguém por lá me explica a tal zona eleitoral. Com uma dose maior de boa fortuna, talvez me ofereçam uma mala cheia de dinheiro.

14.7.05

Por trás das letras...

...Estive reorganizando meus documentos essa semana, e deparei-me com meu título de eleitor. Diante dos últimos acontecimentos, alguém aí pode me explicar de novo o real significado do termo zona eleitoral?

11.7.05

Um pouco sobre nós e eles

Certa vez um amigo me disse que não gostava de São Paulo porque a cidade não tinha céu nem chão. Ele era um ambientalista ferrenho, por assim dizer. Esta foi a quarta vez que visitei a terra da garoa; a segunda por motivos profissionais, e a primeira na qual tive a chance de circular um pouco mais pela grande metrópole e observar certos hábitos. No cômputo geral, há vantagens e desvantagens na comparação com o Rio. O povo não é antipático como dizem - conheci paulistanos mais solícitos do que muitos cariocas fajutos por aí. A diferença, vai ver, está no fato de que eles se levam mais a sério. A sério demais em alguns momentos, isso é verdade. O serviço e o atendimento são melhores aonde quer que você vá. A conta também é mais alta, talvez por isso. Nós, cariocas, dirigimos melhor. Cara, eles não ligam a seta. Nunca. E o mais curioso: têm uma explicação "racional" para isso! (...) Trânsito 24 horas por dia. Eu pensei que fosse mentirinha, mas não é. Sábado, na madruga, fluxo intenso em uma ampla avenida do centro da cidade. Os taxistas são bem mais simpáticos e falam de política com desenvoltura. Interessante. Os taxímetros, em compensação, são beeemmm mais rápidos. Enfim: deixando de lado o bairrismo, não dá pra falar tão mal. Mudei alguns conceitos sobre Sampa, lugar que achava meio estranho porque o povo cumprimenta só com um beijinho. Mas decolar do Cogonhas continua sendo uma experiência estressante pela proximidade dos prédios, não importa o quanto você goste de voar - e olha que eu gosto muito. E nada bate a visão do Pão de Açúcar pela janela do avião em manobra de pouso no Santos Dumont. Sem dúvida, a melhor parte da viagem.

8.7.05

Na minha vez é foda

Caralho. Em algum lugar no meio da semana, perdi meu sábado e domingo, e estou embarcando para São Paulo. Vou fazer a cobertura da reunião do Diretório Nacional do PT. E não gostei muito da idéia. Seria meu primeiro fim de semana de férias na CAL, respirando um pouco mais aliviado depois de toda a correria do final do curso...
Alguns sinais estão invertidos. E eu não estou gostando nada disso.

5.7.05

Eu não vou salvar sua vida

O desabafo de um jornalista em serviço numa sala de apuração com doze - sim: doze aparelhos telefônicos...
Se um grupo de menores insiste em praticar assaltos e pequenos atos de vandalismo na sua rua, e a polícia não resolve a situação mesmo depois de várias queixas, não sou eu quem vai prendê-los.
Se o vazamento de uma tubulação procovou um buraco no asfalto, do qual litros incalculáveis de água potável jorram em assintoso desperdício, e a Cedae não providencia reparos, apesar das incontáveis queixas dos moradores, eu não sou bombeiro hidráulico.
Se falta luz na sua vizinhança há dias, e a irregularidade no fornecimento de energia está preocupando a todos por questões de segurança, e a Light ou a Ampla - à sua escolha - parecem não dar a mínima, por que eu deveria?
Se os coleguinhas de seu filho estão implicando com ele na escola e a diretoria não toma a atitude óbvia de amarrar os agressores de seu precioso rebento num pau-de-arara e torturá-los com choques elétricos, como recomenda a pedagia de Piaget, não tente a minha paciência. Experimente simplesmente dizer à sua criança que se ela apanhar na rua, vai apanhar em casa de novo.
Se você acha que num relance de clareza onisciente foi capaz de vislumbrar a grande teoria conspiratória por trás do caos político, econômico e social do país, e deseja fazer a denúncia do século, acredite: eu já atendi pelo menos três como você só na última hora.
Se você tem documentos para comprovar a tese da hipótese supramencionada, saiba que eu não aceito cópias.
Se você brigou com seu vizinho e quer fazer saber ao mundo que o filho mais velho dele é metido com drogas, tente o Disque-denúncia.
Se quer informações sobre o resultado da Mega-Sena acumulada, saiba de antemão que as chances de você ter sido o único acertador são menores do que... cara, você não ganhou a Mega-Sena acumulada.
- Ah! Antes que eu esqueça: se você é uma louca maníaco-depressiva que achou minha voz bonita e pensa que por causa disso está apaixonada, e ainda por cima se permite fantasiar sobre a possibilidade de recíproca... vá procurar um homem de carne e osso ou compre um vibrador. Eu sou muito bem comprometido, obrigado.
Finalmente, se você é pobre e acha que é dever do estado suprir absolutamente todas as suas necessidades básicas, mas votou na Rosinha... EU NÃO SOU SIMPÁTICO A VOCÊ OU A SEUS PROBLEMAS. E sim, garçom, o meu é com preconceito, por favor.

4.7.05

Garotos e seus brinquedos

Porque eu demoro a resolver gastar dinheiro comigo mesmo. Mas só de vez em quando, me permito gastos puramente supérfluos e, talvez por isso mesmo, deliciosos... Comprei meu .mp3 player! A compra já estava na cabeça há semanas. Pesquisa daqui, pesquisa de lá, hoje resolvi que não sairia do Centro da cidade sem meu novo brinquedinho. Incompatibilidades de hardware e financeiras aparte, achei um modelo bem bacana, do jeito que eu estava procurando, acompanhado de um softzinho mandrake que faz os 256 mega parecerem 512. Eu já meti para mais de 35 musiquinhas no bicho, e ele insiste em me dizer que não usei nem metade da capacidade de memória disponível, quase em desafio à minha paciência para criar novas listas de execução mirabolantes... Ele que me aguarde. Dinheiro bem gasto é investimento em satisfação pessoal. Isso me deixa feliz.

29.6.05

Ping

Só pra ver se faz eco:
Alôôôôôôuuuu!!! Tem alguém aí?!?!

27.6.05

Bichinhos de Estimação

Depois da dica cinematográfica de Batman Begins, vai aí uma outra pedida, especialmente para a turma dos adultos-que-gostam-de-desenho-animado: não percam Madagascar. É daquelas animações com humor para adultos, e referências a grandes sucessos de Hollywood que as crianças não vão entender. David Schwimmer - com mil diabos, é assim que se escreve o nome do Ross? - está ótimo, e Jada Pinkett Smith - por que eles precisam ter esses nomes?! - também faz um trabalho engraçadíssimo. Dela você vai lembrar se eu disser capitã Niobe, de Matrix Reloaded e Revolutions. É também a esposa do Will Smith. Esse você conhece. Cedric the Entretainer (?!), diratamente de Be Cool, ou O Novo Nome do Jogo, também está hilário. Enfim: vejam o filme. Vale o ingresso. Não é Na Era do Gelo, ou Monstros S.A., mas diverte. E por falar em bichos: estou de tamagoshi novo. A reboque, tomei vergonha na cara e migrei para um plano pós-pago, abandonando os cartões e as recargas de 10 reais por mês que supriam minhas necessidades de telefonia celular desde os idos de 1997. Convenhamos, eu não sou mais um universitário duro. Sou jornalista, e tenho uma imagem a zelar. Continuo duro, mas isso é detalhe. O pior é descobrir tardiamnte que meus amigos todos têm celulares de outras operadoras, o que me impede de tirar vantagens do programa de favoritos. A conta provavelmente não vai ser barata. Que puxa......

23.6.05

Breaking the habbit

Hoje, ao voltar do curso de teatro para casa, desci do ônibus e entrei numa loja de CDs. Estava namorando os dois álbuns do Linkin Park há meses. Comprar CDs é um hábito que perdi há coisa de uns dois anos, quando vendi o carro. Minha coleção de trilhas sonoras de filmes ficou desatualizada. É verdade que poucas coisas são melhores do que aumentar o som ao volante, e eu admito: não tenho muito saco de ficar escolhendo música no som do quarto. Mas como o banco - vejam isso! - depositou coisa de cinqüenta pilas na minha conta a título de "ressarcimento de CPMF" (?!), hoje resolvi fazer a festa. E agora, enquanto Meteora e Hybrid Theory enchem o ar, eu me flagelo por não ter trazido também o Fallen, do Evanescence, outra grata surpresa do Rock recente - e por recente eu quero dizer "desde que vendi o carro". Acho que vou voltar na loja amanhã. Bem, meu dinheiro está guardadinho, e comprar um veículo agora está fora de cogitação. Mas com essas novas aquisições, cresce a minha vontade de investir num .mp3 player para me acompanhar nas tardes de patinação. Ah! Eu também estou precisando de um celular novo, porque o meu virou Terry Schiavo bonito. Ceular, CDs, .mp3 player, e vá lá: um computador para compatibilizar tudo isso. Do carro, eu já disse, nem faço questão. Mas puta que pariu. Onde é que eu vou conseguir capital de giro?

20.6.05

Batman to be continued...

Finalmente um filme do Batman como um filme do Batman deve ser. Sem o depressivo excesso de negro em luto do Tim Burton, e sem as gracinhas coloridas do Joel Schumacher. O clima gótico de Gotham City - que, aliás, confere nome à metrópole - sempre foi um problema para os diretores, convenhamos. Em Batman Begins a cidade ganhou um quê de Realismo. Um complexo de favelas bastante crível foi cravado no coração do conglomerado, e a violência de rua deixa transparecer que apesar de toda a suspensão de realidade - sem a qual não existiria o cinema - se você virar uma esquina errada, pode se meter em encrenca de verdade. A direção de Christopher Nolan fez de Gotham uma cidade partida, e justamente a partir dessa dualidade, os domínios do Homem-morcego estão mais góticos do que nunca. Destaque absoluto para o elenco de primeira. Liam Neesom e Morgan Freeman estão alçando vôos precisos como... ratos alados em uma caverna escura. E Gary Oldman... ah, Gary Oldman! Quando ele aparece pela primeira vez você diz: Mas ele não tem nada a ver com o Gordon! E aí, quando o filme termina, sai convencido de que os quadrinhos deveriam ser redesenhados para acomodar a figura do ator. A parte de tudo isso, Batman em si está mais humano do que nunca, o que me agrada e muito. Ben Affleck cuspindo dentes em O Demolidor foi um exagero. Mas em Begins a fragilidade - na falta de uma palavra melhor - de Bruce Wayne, tanto física quanto psicológica, está muito bem delineada. Fragilidade que se estende à identidade secreta, sempre um assunto delicado. O filme mostra aqueles que sabem, aqueles que descobrem, e até aqueles que não querem saber. Enfim: por tudo isso e mais, Batman Begins é um filme do Batman como um filme do Batman deve ser. Cuidado quando as luzes do cinema se apagarem, porque morcegos gostam do escuro, e você nunca sabe onde um deles pode estar escondido.

15.6.05

Alô, alô, Brasília!

Tá. Até eu já estou de saco cheio das figuras e tirinhas de humor. Prometo escrever um texto decente da próxima vez. Entendam, assunto não falta, mas o tempo anda mesmo escasso. Enquanto isso, parem de reclamar. Não, eu não desisti. Eu persevero. Porque, afinal de contas, e apesar da preguiça, sou brasileiro e não desisto nunca!

13.6.05

Sem saco para escrever grandes coisas...

Essa é velhinha, mas ainda assim, bem divertida para uma segunda-feira... Clique na imagem se as letras ficarem muito pequenas na sua configuração.

9.6.05

Muita hora nessa calma!!

Você é daquelas pessoas que têm 427,985 comunidades no seu Orkut? Hummmm...

6.6.05

Mas, e se for verdade? (ou Todos os Dedos do Presidente)

E se Roberto magrinho Jefferson, na ânsia de morrer atirando, tenha de fato revelado descalabros verdadeiros da tão conturbada relação Executivo x Legislativo federais? E se o mensalão de 30 mil reais a parlamentares da base aliada foi mesmo pra valer? Será que a governabilidade nos dois primeiros anos da gestão Lula foi mais provida pelas malas pretas do Delúbio que pela competência das articulações políticas do Dirceu? Brasília ficou pequena para tantas denúncias. E olha que o Distrito Federal sempre foi grande para esse tipo de coisa. Qual o preço da Democracia? A pergunta parece cliché, mas hoje, vem de coração. Mesmo. Será que o estado de direito, como instância maior, e mesmo as liberdades individuais, necessitam inerentemente de manobras escusas para sustentarem-se? Existe transparência através da Capa Preta? É esse o Brasil, o mundo que queremos? Roberto Jefferson é o novo Mark Felt? - A que ponto chegamos... E ele nem esperou trinta anos para aparecer. A versão tupiniquim de Watergate, a meu ver, não tem o menor glamour. E esse filme eu já vi. Não gostaria de ver de novo. Não tão de perto. Decepção.

4.6.05

Aonde vamos parar?

Vejam a que ponto chega a pachorra e o descaramento de certas figuras da nossa política...
Um dos protagonistas da mais recente crise política brasileira - que vem causando dores de cabeça ao governo por ter sido acusado de participar de um esquema de propinas nos Correios, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse não aos insistentes pedidos dos jornalistas que faziam plantão, na manhã deste sábado, no prédio em que reside, em Brasília. Por meio de sua assessoria, Jefferson informou que não daria entrevistas, mas surpreendeu a todos enviando, pelo porteiro, duas garrafas de champanhe e dez taças, justificando a entrega como uma cortesia aos plantonistas.
Os jornalistas não aceitaram o presente. Eles afirmaram que prefeririam ingerir a bebida na companhia do presidente do PTB. Não houve acordo e Jefferson continuou recluso em seu apartamento.
E eu fiquei sabendo que nem era champanhe francês. Era nacional...

3.6.05

Um pedido

Torçam por mim, amigos. De verdade. Possíveis novidades no front. Mas só os amigos!

1.6.05

Lá e de volta outra vez

Estréia de espetáculo, volta ao trabalho, hoje começa tudo de novo. Boa vida não pode durar pra sempre. Mas tudo bem. Eu não consigo mesmo ficar parado muito tempo... Me dá agonia. Tá certo, tá certo - uns dez dias a mais de férias não cairiam mal. Seria ótimo poder apresentar a peça e passar a tarde descansando. Não vai dar. Mas no fundo estou me sentindo bem. O espetáculo finalmente subiu - e espero que não desça mais! E é ótimo saber que mais esta estapa está para ser vencida. Merda!
Ah, sim! Quem quiser e tiver tempo: dez horas da manhã, no teatro do clube Hebraica, em Laranjeiras, até sexta-feira. A Gota D' Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes. Eu interpretando o vilão.

30.5.05

Mas que coisa!

Tenho que admitir: nunca pensei que fosse cair nessa história de festa surpresa. Mas esse ano eu entrei direitinho... Conte com uma mulher apaixonada para fazer o seu aniversário mais feliz. Eu te amo, menina. Obrigado você existir na minha vida!!!

27.5.05

Oportunidades (?!)

Então, depois de recusar uma proposta de emprego logo no início do mês, essa semana eu dispensei um trabalho de quatro dias para TV, porque achei que seria sacanagem com um monte de gente largar de mão os ensaios da peça na CAL - com os quais, diga-se de passagem, não estou nada feliz. Daí fiquei matutando se era isso mesmo, ou se fiquei foi com medo de arriscar botar a cara na tela em horário nobre. Cheguei à conclusão sincera de que o medo leva para o lado negro da Força, e que dessa vez eu fui mesmo um cara legal, responsável e ético. Sem falsa modéstia. Só espero que Papai do Céu esteja vendo...

21.5.05

Feel the Force, motherfucker!

Então é isso... fim de papo na Galáxia Distante. A vingança dos Sith é a prova cabal de como a desatenção na direção de atores pode simplesmente acabar com momentos cruciais em um filme, transformando em risos o que deveria ser tensão. Eu também fiquei chocado com a falta de acuidade na maquiagem. Será que, com tantos efeitos especiais, os técnicos da Lucas Arts, Lucas Films e Industrial Light and Magic se esqueceram do básico, do bê-a-bá? Por que o grande vilão ficou parecendo um palhaço em alguns momentos? (...) Havia algo de errado com o Yoda também. Ele me pareceu um pouco arrogante. Mas talvez isso tenha sido proposital - assunto para mesa de bar. E os espetaculares duelos de sabre de luz que me prometeram?! Entre todos da nova trilogia, eu fico com o de Qui-Jon Gin e Obi-wan Kenobi contra Darth Maul, lá no primeiro filme, A Ameaça Fantasma. Foi sem dúvida o mais plástico, talvez porque o vilão fosse interpretado pelo próprio coordenador de artes marciais da série. Mas com toda a trucagem eletrônica possível, por que não usar dublês treinados para dar mais vida às cenas de luta? Bem... agora é tarde. Realmente uma pena.
Mas apesar de todos os defeitos possíveis e imagináveis, o extermínio dos Jedis e a corrupção final de Anakin Skywalker emocionam. George finalmente conseguiu, depois de muito flertar com isso na primeira trilogia, fazer uma digna tragédia romântica. Onde antes havia Eurípedes, agora há Shakespeare. Lucas é um incomparável contador de histórias. E mesmo com todos os senões, A Vingança dos Sith arrepia. Todo mundo sabe o que acontece, mas ver na tela... é outra coisa. The Force is strong in this one. Um agradecimento todo especial à mulher da minha vida, que se dispôs a encarar a pré-estréia comigo. Eu te amo. Sempre mais.
Praia vazia em dia de semana é bom. Mas ter o parque dos patins só pra você num ameno fim de tarde... Não tem preço. Eu quase tinha me esquecido de como é bom gastar rodinha. Quase.

16.5.05

Oi. Nada Claro, nem tão Vivo. Mas Oi.

Isso aqui anda meio às moscas. Então estou deixando um oi, só pra não dizerem que larguei de mão. E também pra ver (ouvir) se faz eco. Pelo menos na minha cabeça.
(...)
Sabem que uma ida à praia num dia de semana, sem aquela muvuca veranista, até que não é de todo ruim?

14.5.05

Nada de excepcional

Então ontem foi mais um dia como outro qualquer. E portanto talvez não merecesse registro algum. Só agora que acabou me dei conta de que foi uma sexta-feira 13. Grande coisa. Reticências.
- Muita coisa na minha vida anda em reticências ultimamente. Algumas outras estão em exclamação, o que é até legal. Mas são as interrogações que me deixam realmente intrigado. Bem... mas essa é justamente a função das interrogações, não?
(...)
Pois é.

10.5.05

Terry Schiavo

Eu tinha dado o apelido, mas era para ser algo carinhoso... assim, como uma ação entre amigos. Acabou virando uma oracular, quase profética alcunha. Depois de quase dez anos de serviços prestados, meu computador começa a dar sinais de que iniciou uma trajetória só de ida rumo aos conflitos crônicos de sistema e insuportável lentidão de processamento. Mutitarefação tornou-se uma realidade distante. Isso é muito ruim, porque eu não estou nem um pouco a fim de gastar milhares de dinheiros em uma máquina nova. Não sei como vou me virar... Peço desculpas antecipadas pela queda de freqüência nas atualizações e nas visitas aos blogs e flogs amigos. Férias associadas a um computador comatoso - praticamente em leito de morte - acabam compretendo as capacidades de navegação virtual de qualquer ser humano. E eu ando meio sem paciência para remar, sabem como é...
Parabéns, Lelê!

6.5.05

O que você não vê quando vai ao teatro

Eis o que acontece quando um ensaio simplesmente não rende... Que triste.

3.5.05

Por ora, eu fico

Depois de uma noite mal dormida pesando prós e contras, eu hoje disse não a uma proposta de emprego. Espero, do fundo do meu coração, que tenha feito a coisa certa.

29.4.05

Finalmente Férias!

O trabalho mata pelo menos dois milhões de pessoas anualmente no planeta - a reportagem é da agência de notícias Reuters:
GENEBRA - Acidentes de trabalho e doenças ocupacionais matam mais de dois milhões de pessoas por ano. Esse número está aumentando em alguns países, como a China e Brasil, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quinta-feira. Doenças ocupacionais - entre as quais tumores por exposição a substâncias perigosas e doenças respiratórias e transmissíveis - são os principais perigos enfrentados nos locais de trabalho, sendo responsáveis por 1,7 milhão de mortes. Em um comunicado divulgado no Dia Mundial para a Segurança e Saúde no Trabalho, a OIT e a Organização Mundial da Saúde, ambas agências das Nações Unidas, pediram que medidas de prevenção mais eficazes fossem tomadas para proteger os trabalhadores. Enquanto o número de acidentes de trabalho manteve-se estável ou diminuiu na maioria das regiões do planeta, o incremento na construção civil em alguns países da América Latina, particularmente no Brasil e no México, levou à elevação do número de acidentes fatais para 39.500 em um ano, contra os 29.500 em igual período imediatamente anterior. Os trabalhadores em países de economia emergente comumente não têm um treinamento contra acidentes de trabalho, de acordo com a OIT. A Organização estima ainda que 4% do produto interno bruto mundial são perdidos com mortes causadas por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Bem... pelo próximo mês estou imune ao risco. Quero dizer: continuo ensaiando, então ainda pode ser que eu tropece, caia do palco e quebre o pescoço. Trinta dias... mas quem está contando?

28.4.05

Atenção!!

Um dia! Um único dia! E contando!!

27.4.05

Atenção!

Dois dias, e contando!

26.4.05

Atenção

Três dias, e contando.

22.4.05

Pergunta o filósofo...

Se o horário oficial do país é o de Brasília, por que a gente tem que trabalhar na segunda e na sexta?!

18.4.05

A culpa é da Roberta

Foi ela quem me enviou esta. É podre, mas hoje é segunda-feira:
- Oi, me conta como foi o encontro de ontem a noite?
- Horrível, não sei o que aconteceu...
- Mas por quê? Não te deu nem um beijo?
- Sim... beijar, me beijou. Mas me beijou tão forte que meu dente postiço da frente caiu. Depois pegou no meu rosto entre suas mãos... Tive que pedir que não apertasse mais, porque estava achatando o botox. E me mordia os lábios como se fossem de plástico - pensei que fosse explodir o meu implante de colágeno!!!!
- E... não tentou mais nada?
- Sim, começou a acariciar minhas pernas e eu o detive, pois lembrei que não tive tempo para me depilar. Ainda assim, me arrebatou com tanta luxúria e estava me abraçando tão forte que quase ficou com as próteses da minha bunda nas suas mãos...
- E depois, que aconteceu?!
- Aí, então, começou a tomar champagne no meu sapato...
- Ai, que romântico!!!
- Romântico o cacete! Ele quase morreu!!!
- POR QUÊÊÊ???
- Engoliu meu corretor de joanete.
- Nossa!! - E aí?! O que ele fez?!
- Você acredita que ele broxou e foi embora? Acho que é viado...

14.4.05

Não bom

Desânimo, carência, reportagens que não andam, climão nos ensaios e nas aulas de teatro... agonia antecipada pelo plantão que vem por aí... Mas que semaninha do cão! - Será que o inferno astral já está chegando?! Está cedo, ainda!!

10.4.05

Chamem o Tom Cruise!

Antes de tudo, uma explicação aos casais amigos: não divulgamos Ilha Grande porque foi resolvido em cima da hora, e embarcamos na sexta-feira pela manhã, quando os seres humanos normais - coisa que eu particularmente não sou - estão ainda trabalhando.
...Promessa é dívida. Falemos sobre sucessão papal.
A tradição católica diz que o Conclave pela escolha de um Papa deve ser inciado entre 15 e 20 dias após o falecimento de seu antecessor. Quem vive no planeta Terra e não é da Igreja Universal do Reino de Deus - sim, pasmem, a Record não deu a menor bola jornalística para a morte do sujeito - deve estar ciente de que os cardeais já estão acorrendo ao Vaticano para a eleição. E a pergunta que todos se fazem é "Quem será o substituto de João Paulo II?"
A indagação bate na tecla errada, porque João Paulo II é insubstituível, para começo de conversa. O máximo que se pode especular é sobre o perfil de seu sucessor, o que já é tarefa árdua. Depois de 26 anos à frente da Igreja, equilibrando-se entre o conservadorismo dogmático e a flexibilidade política e inter-religiosa, Karol Wojtyla deixa para quem vier uma série de dilemas. Nunca a Igreja Católica perdeu tantos fiéis. A Cúria pagou o preço nem tanto pela irredutibilidade de posições, mas por simplesmente se negar a discutir questões como uso de camisinha, aborto, divórcio, homossexualidade e bioética - aí incluídas a eutanásia e a clonagem. O último Pontífice era um líder carismático. Ponto. Mas na minha humilde opinião, não foi tão hábil na discussão e implementação de adequações da doutrina à realidade contemporânea, pelo que a migração para outras crenças foi enorme nas últimas décadas - Convenhamos: melhor do que queimar no inferno por toda a eternidade é arrumar outra religião mais complacente com os seus pecados. O próximo Papa não poderá fechar os olhos a isso. Mas como se enquadrar? Como trazer a Igreja para o século XXI?
As apostas estão correndo... onde eu trabalho temos até um bolão. As casas de apostas britânicas - sim, afinal, os ingleses apostam até as mães, se puderem - cotam Dionigi Tettamanzi como grande favorito. Ele é arcebispo de Milão, maior reduto católico da Europa. E é italiano.Vale lembrar que João Paulo II foi o primeiro não carcamano a ocupar a Cátedra de Pedro em mais de quatro séculos, e há quem defenda a tese de que a Sé deve voltar ao controle nacional de onde nunca deveria ter saído. O nigeriano Francis Arinze é o preferido dos que pensam ter chegado a hora e a vez de um Papa terceiro-mundista. E niguém seria melhor do que ele para reforçar diálogos com grupos muçulmanos, budistas e hindus. A maior população católica do mundo está concentrada nas Américas Central e do Sul, por isso a possibilidade de um pontífice latino também não está descartada. E aí nós temos D. Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo. Mas se Deus já é brasileiro, acho que dificilmente eles escolheriam um Papa do mesmo lugar. Seria exagero.
Os nomes são muitos, as correntes são muitas. E nesse jogo tudo pode acontecer. Fala-se em favoritos, mas é sabida nos corredores de qualquer seminário a velha máxima sobre Conclaves que diz fulano entrou Papa, saiu cardeal. Eu particularmente, penso que o próximo Pedro será italiano, mas isso é apenas um chute no escuro. De claro, sei apenas que ele terá nas costas o pesadíssimo encargo de fazer com a doutrina o que João Paulo II fez com a política vaticana: colocá-la no mapa da globalização - vocês não acreditam realmente que o sujeito levou o título de Papa Peregrino à toa, não é mesmo?! Mas há algo ainda mais complicado do que isso: o novo Pontífice assume a enorme responsabilidade de preencher o vácuo de marketing e imagem deixado por Karol Wojtyla - isto sim, uma verdadeira Missão Impossível...

8.4.05

Fui!

E não vem que não tem. Nem adianta me procurar no fim de semana. Me mandei para Ilha Grande, acompanhado da mulher da minha vida. Porque há momentos em que simplesmente é preciso puxar a cordinha e descer.

Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços.

6.4.05

Non Habemus Papam

Sim, a jabuticabeira pequenina é coisa de pessoa do teatro.

...Acho que estou atrasado, mas reconheço que devo um parecer sobre o passamento de João Paulo Segundo. Bem, lá vai:

O papa morreu. Antes ele do que eu.

Tão logo tenha tempo, prometo explorar de forma mais aprofundada um tema mais prático e pertinente: a sucessão na Santa Sé. Espero ter paciência para abordar o tópico antes do início do próximo Conclave.

Pax Vobiscum.

4.4.05

Um pé de quê?!

Jabuticabeira pequenina,
Quando despequeninajabuticabeirarizarás tu?
- Eu me despequeninajabuticabeirarizarei quando todas as jabuticabeiras não despequeninajabuticabeirarizadas se despequeninajabuticabeirarizarem

1.4.05

E o salário, ó...

Você já teve a sensação de que já passou da hora de a empresa para a qual você trabalha te dar um aumento de salário compatível com o aumento de responsabilidades - e de problemas - que você assume pelo bem geral da nação? Pois é... eu também.

30.3.05

Direto da sarjeta

Somente a ébria sabedoria popular brasileira é capaz de produzir pérolas como esta. Meninas, fechem os olhos, e não leiam. Amigos do sexo masculino-macho, refestelem-se com a frase do dia:

Eu tinha uma plantação de bocetas, mas veio uma chuva do caralho, e fodeu tudo...

29.3.05

Gangsta's Paradise

They say I've got to learn but nobody's here to teach me
If they can't understand it, how can they reach me?
I guess they can't, I guess they won't,
I guess they're fucked.
That's how I know my life is outta love, fool.

Been spending most our lives

living in the Gangsta's Paradise

Tell me why are we so blind to see
That the ones we hurt are you and me?

- by Coolio

25.3.05

Este estranho animal

Quem inventou a bincadeira foi a Eleonora. Mas eu achei legal e estou copiando na cara-dura.

Nasci de cesariana. Minha mãe tinha 34 anos.
Gosto de andar a cavalo, mas sou urbano.
Faço teatro. As vezes gosto, às vezes desgosto, mas é difícil largar.
Adoro estudar.
Quero fazer direito.
Quero fazer mestrado sobre o papel da mídia em conflitos armados.
Tenho boa visão, mas me preocupo com o uso constante de computadores.
Já fui à Disney e a Bariloche. Pretendo voltar aos dois lugares.
Video-game e parque de diversão. Sempre.
Gosto muito de cinema, mas saia pra lá com seus filmes de arte.
Me deixe ver as besteiras de Hollywood.
Eu tenho no Episódio 3.
Basquete, patinação e musculação, com muita vontade de voltar ao mergulho submarino.
Recentemente, por influência conjugal, arvorismo e rapel.
Já fiquei com uma prima. Atire a primeira pedra quem nunca pecou.
Jamais tive um ídolo.
Tenho um monte de idéias legais para tatuagens, nunca fiz nenhuma.
Tenho um piercing. Não tiro por nada.
Gosto de gatos e cachorros.
Já tive dois pássaros e um hamster.
Nunca repeti de ano, mas já fiquei em recuperação de matemática.
Em modéstia, dirijo bem. E gosto de volante.
Já nadei nu. É bom demais!
De meus quatro cisos, não sobrou nem um. Tenho três deles guardados. São enormes.
Quando eu era bebê, uma janela guilhotina quase arrancou oito de meus dedos.
Eu solto pêlos.
Sei que não posso voar, mas quero saltar de pára-quedas.
Quero fazer pelo menos um trabalho em correspondência de guerra.
Já dormi em rede e já montei barraca, mas gosto de um teto sobre a minha cabeça.
Para tudo há um porquê. Me convença, ou não conte comigo.
Mexa comigo. Não mexa com a minha mulher. Também não mexa com os meus amigos.
Já fiz karatê e boxe. E poucas aulas de capoeira e aikidô.
Não gosto de violência.
Nunca fui preso. Mas sempre me páram em blitze.
Já dei carteirada de jornalista. Acho pouco cívico, mas às vezes é necessário. E algumas pessoas simplesmente merecem.
Já fui assaltado algumas vezes, e em todas reagi de forma diferente.
Já briguei na escola. Quebrei o nariz do coleguinha.
Meu pai dizia que seu apanhasse na rua apanharia em casa também.
Já traí e já fui traído. Não me orgulho muito de nada disso.
Já fui para cama com mulheres comprometidas, incluindo uma noiva. Disso não tenho queixas.
Mulheres casadas são contra a minha religião.
Nunca fiz aula de canto, mas até que gosto da minha voz.
Fiz aula de flauta mas não toco mais. Fiz aula de violão mas não adiantou absolutamente nada.
Família é um assunto delicado.
Amo minha mãe. E reconheço todos os sacrifícios que ela fez para me criar sozinha.
Não fale mal da minha mãe. Pode dar merda. Sério.
Sim, eu estudei no São Bento. Melhor época da minha vida.
Já fiz diário. Hoje em dia escrevo um blog. Vejo pouca diferença.
Tenho guardados um monte de cartões e cartas que recebi ao longo dos últimos 26 anos.
Há dias em que penso ter nascido há 10 mil anos atrás.
Há dias em que me acho uma verdadeira criança.
Não gosto do termo adulto. Prefiro pós-adolescente.
Adoro livros, música e vinhos.
Não vou conseguir ler tudo que quero antes de morrer.
Não passo sem doces. Principalmente chocolate.
Já me assustei muito por causa de menstruações atrasadas.
Sei fazer poemas. Alguns são muito bons.
Já chorei por amor, já menti por amor, já sofri por amor...
Meu pai morreu quando eu era moleque. É difícil mensurar a perda.
As vezes acho que foi grave, às vezes nem tanto.
Poucas namoradas.
Já fui o primeiro homem de uma mulher, mas só uma vez.
Quando eu digo É gostosa mas não é duas, sei do que estou falando.
Já fui pressionado ao casamento. Pulei fora.
Já fiz sexo por sexo e não me arrependo.
Não sou muito crédulo. Aliás, tendo ao cinismo.
Costumo enxergar o pior nas pessoas.
Sou expansivo, mas cultivo poucas e preciosíssimas amizades.
Geralmente as mais velhas. Agora, mais nova.
Geralmente as branquelas. Agora, morena.
Já me achei o máximo.
Já me achei o fim do mundo.
Hoje em dia me acho o máximo.
Costumo causar uma primeira impressão de esnobe e pedante.
Esta primeira impressão é correta. Eu sou mesmo.
Já mandei flores, e já recebi também.
Meus pecados prediletos são a Luxúria e a Preguiça.
...Mas também sou muito, muito orgulhoso.
Estou satisfeito com a minha carreira, mas não com o meu salário.
Adoro filhotes, não importa a espécie.
Acho meu nome meio estranho, mas gosto dele.
Não me chame de Glaucio. Eu... odeio... ser chamado de Glaucio.
A vida tem trilha sonora. Disso nunca duvidei.
Vejo coelho na lua cheia.
Gosto de mato, de rio, e de cheiro de terra molhada.
Quero uma Harley Davidson Night Train e um utilitário na garagem.
Costumo demorar a explodir.
Quando eu explodir, você não vai querer estar por perto.
Sou geminiano, com direito a inesperadas flutuações de humor.
Meninos do basquete gostam de meninas do vôlei.
Por duas vezes na vida julguei ter encontrado uma mulher com quem poderia passar o resto dos meus dias. Nesta segunda vez, espero que tudo dê certo.
Estarei de férias em maio, e mal posso esperar.

Nada mais prolixo do que um jornalista com tempo para escrever. Acho que já falei demais.