26.2.06

O grande problema desses 4 dias...

... Diria o jovem filósofo contemporâneo, é que euforia em excesso leva à debilidade.

21.2.06

A crise dos 30

Tudo bem, tudo bem... Eu sei que talvez seja um pouco cedo para isso, mas é que, de uma hora para outra, não satisfeitos em se casarem, meus amigos resolveram procriar. Em menos de duas semanas dois exames deram positivo. Crianças que farei questão de mimar e estragar o quanto possível, mas o fato permanece de que eu agora tenho prazo regimental não prorrogável de 9 meses para me acostumar com a idéia de ser chamado de "tio Glauco". Se, neste momento, você é meu amigo(a) e pensa em comunicar advento de prole, por favor o faça de maneira delicadinha e sutil. Se não vou precisar de análise para superar o trauma de que meus contemporâneos mais próximos e queridos estão por aí constituindo família(s), enquanto eu sequer passei dos rascunhos dos planos de casamento.

8.2.06

Onde estava escrito?

Em algum lugar entre a minha criação católica, a convivência com judeus, a freqüência a centros espíritas e de umbanda, conversas com budistas e algumas passagens por círculos de magia, cheguei à conclusão muito pessoal de que Deus - na falta de uma palavra melhor - é um só, atendendo por vários nomes diferentes. Me espanta o ponto crítico a que chegou a intolerância quanto às charges publicadas em jornais europeus fazendo alusões – reconhecidamente infelizes – a Maomé. Queimar embaixadas? Matar pessoas? Quem ganha com isso? A última em Teerã é um concurso para a premiação do melhor cartoon sobre o Holocausto (...) Mas com isso a idéia é denegrir a Europa por ter parido Hitler? Ou fazer lembrar aos judeus que houve época em que foram tratados como raça (?!) inferior? Ou os dois?! O Fundamentalismo religioso – e me desculpem os fundamentalistas – tomou ares de pirraça infantil esta semana. Uma pirraça infantil alimentada a ferro, fogo, xenofobismo, niilismo e um monte de outros ismos que para mim não fazem muito sentido. E, ainda assim, tudo se resume na simplicidade de uma birra estúpida. Eu entendo bem que toda essa conversa de tolerância e diplomacia fica muito bonita no ocidente, mas não está no esquadro de certos estados teocráticos, o que é questão tão-somente cultural, e deve ser respeitada... mas qual dos profetas anunciou que um erro deve ser retribuído com outro erro? Faço a pergunta porque admito conhecer pouco do mundo islâmico... Que Alah seja um Deus punitivo, eu compreendo. Javé também o é, embora a doutrina explique que, paradoxalmente, Ele também é amor. E para não colocar duas ou mais religiões balança, o que não é, definitivamente, meu objetivo, alguém poderia simplesmente me explicar onde no Alcorão está dito que queimar embaixadas com pessoas dentro é melhor caminho do que simplesmente esvaziá-las, com toda a carga simbólica que isso carrega? Estamos de volta à Idade Média? Ou será que dela nunca saímos? Vou passar ao largo de toda a discussão sobre liberdade de imprensa, porque isso também é conversa de ocidental. Mas quantas vidas vale uma caricatura, afinal? Seguindo a Lex Talionis, deveríamos cortar as mãos dos dinamarqueses por trás de tudo isso? (...) Triste.

Enquanto isso em Gaza... o empresário Ahmed Abu Dayya está faturando alto com venda de bandeiras dimarquesas para combustão em praça pública. US$ 11 cada. Sujeito esperto.

E a boa nota da semana: finalmente nasceu Manú!! Parabéns, Dedéia! Tudo de ótimo para essa família linda!

1.2.06

brasilia@state.gov(.br)

Brasília continua uma graça. E nesses últimos dias pude ratificar minha tese de que é ótimo lugar para se exercer o jornalismo, não importa de lado da notícia se esteja. É também uma cidade com gosto de planejamento estratégico, da concepção à finalidade. Se os planos traçados para e por lá produziram, produzem ou produzirão bons resultados, isso é conversa a parte. A cada vez que passo pelo aeroporto Juscelino Kubitschek gosto mais da cidade. Aliás, um amigo que já morou por aquelas bandas defende a teoria de que tudo seria perfeito, se não pelo fato de que, por lá, um sujeito é capaz de dirigir por horas, sem jamais chegar à Ipanema. Há quem diga que, eventualmente, é possível se chegar a Goiânia, o que não pode exatamente ser considerado uma vantagem. Fato: gosto de lá. Não fossem os migrantes pendulares - esses espécimes tão curiosos, que habitam a região de vez em quando durante a semana - a cidade seria de fato linda. Mas vá lá... eu concedo que, não fossem eles, provavelmente não seria um lugar tão interessante.