20.8.08

A Quarta Jura, ou Soneto de Exasperação

Cansei-me de ti.
Do teu sorriso fácil, da tua (pretensa) amizade,
Do teu espaço pessoal, da tua civilidade
Disfarçada em falsa maturidade pra dizer que pode tudo ser simples.

Então és cega para a dor que causaste?!
Tuas juras me partiram peito e tuas lágrimas verteram breves
As minhas, ai de mim, secaram-me de proveito.
E tu, onde ias? Por onde seguias em vil deleite ou abandono?

Decreto agora que de minha alegria,
Não te devo sequer infinitesimal parcela – vazia!
Pois que foste pra mim holocausto, desastre

Uma onda gigante, uma enchete, transbordo
- Amo-te com urgência e arte,
Mas cansei-me de tudo. Cansei-me de ti.

13.8.08

Auto-piedade

Breves versos por D.H. Lawrence:
I never saw a wild thing
(Feel) sorry for itself.
A small bird will drop frozen dead from a bough
Without ever having felt sorry for itself.
Na livre tradução do editor:
Eu nunca vi uma coisa selvagem
Com pena de si mesma.
Um pequeno pássaro cairá congelado e morto de um galho
Sem jamais ter sentido pena de si mesmo.
Graças aos céus eu nunca gostei de pensar ou enxergar a mim mesmo como um sujeito muito civilizado.
(...)
E acho, sinceramente, que já está passou da hora de acordar.