28.4.06

Só de ruim...

Eu estou ensaiando de escrever um texto machista e preconceituoso sobre os vagões exclusivos para mulheres nos trens e metrô do Rio de Janeiro. Mas por enquanto... Mais Noronha. No feriado volto a mergulhar em águas cariocas. Vai ser um choque de realidade brutal, mas fazer o quê? Cada um tem o mar que merece (...) Bom fim de semana a todos!

25.4.06

Fotos de Noronha

Morram de inveja. Há mais de onde vieram estas...

16.4.06

BR 363

A menor estrada federal do Brasil fica na cidade de Aparecida, no Estado de São Paulo. Tem pouco mais de 3,5 quilômetros de extensão e liga a Basílica de Nossa Senhora a algum lugar ao qual eu não estava prestando a menor atenção enquanto o guia dava sua explicação. Cultura absolutamente inútil, porque a única coisa que há para se ver na cidade é, de fato, a Basílica. A segunda menor estrada federal do país fica em um pedaço de paraíso chamado Fernando de Noronha. Corta a principal ilha do arquipélago, ligando o porto de Santo Antônio à praia do Sueste. Ao longo de seus 7,9 quilômetros, você vai encontrar:
O próprio porto de Santo Antônio – Considerado o segundo mais limpo do mundo, e não sem motivo. Águas absurdamente claras guardam o naufrágio de um navio grego onde é possível mergulhar, e atobás cercam as embarcações atrás de sardinhas. Eu não acreditaria se alguém me contasse que é possível e saudável mergulhar em águas portuárias... mas ninguém me contou. Por lá há tartarugas marinhas e raias. E na praia da Biboca, bem pertinho, vi meu primeiro tubarão. Inesquecível.
A Praia do Sancho – Eleita pela revista Quatro Rodas a mais bonita do Brasil, com muita justiça. De difícil acesso, é preciso vencer escadas fincadas em fendas do que se poderia chamar um penhasco para chegar a suas areias. Mas cada degrau vale a pena. Águas com visibilidade para mais de 15 metros, e lajes com mais vida e cores do que qualquer mergulhador tarado poderia sonhar em sua noite mais molhada.
Estrela do Mar – A melhor pousadinha mixuruca do país. Chalés com vista para o verde que circunda vale central sobre o qual foi construída a pista do que possivelmente é um dos aeroportos mais silenciosos do planeta. O chalé 4, o mais isolado de todos, dá direto para a cabeceira. Não há lugar melhor para se passar uma noite de lua cheia em toda ilha. Ou talvez eu esteja errado, já que em apenas cinco noites não foi possível experimentar todas as luas cheias que eu gostaria.
Arte e Sabor – Disparado, a melhor creperia do Brasil. Esqueça o que você pensa que sabe sobre Chez Michou e seus garçons eternamente mal-humorados, que parecem fazer um grande favor ao servir sua mesa. Com o bônus de que, Na Arte e Sabor, você pode sempre pedir um Morro do Francês e redefinir toda a sua lógica sobre o que vem a ser uma banana-split.
O Tartarugão – Não é o melhor restaurante das Américas. Dizer isso seria um certo exagero. Mas eu desafio qualquer um a encontrar azeite com ervas mais saboroso do que o servido por lá. E para quem aprecia detalhes em uma refeição, isso pode fazer uma grande diferença...
Praia da Conceição – Um pôr-do-sol que certamente está entre os mais bonitos que já vi. Aparente paradoxo, considerando que o tempo estava nublado. Mas ainda assim...
Finalmente, quando todas as alternativas da BR 363 estiverem esgotadas, você pode sempre entrar num barco e navegar até a...
Ponta da Sapata – No extremo oeste da ilha, bem no limite com o mar aberto do Atlântico, está entre os cinco melhores pontos de mergulho submarino do mundo. Mas sobre o que eu vi e senti nessa imensidão azul, já me faltam as palavras certas para (d)escrever...
Especialmente ao me lembrar que amanhã é segunda-feira. Fotos da viagem em breve.

7.4.06

Fechando o escritório

Feliz Páscoa à meia-dúzia de leitores. Recentemente reintegrado a suas atividades sub-aquáticas, este editor resolveu zerar o banco de horas extras e vai passar a próxima semana procurando golfinhos em Fernando de Noronha. Glub-glub pra quem fica.

5.4.06

Interferências indesejáveis

Acho que a lua-de-mel com o novo emprego vai chegando ao fim. Não que eu esteja insatisfeito - longe disso. O Império continua sendo um ótimo lugar para se trabalhar, e eu sempre fui fã do Darth Vader mesmo, então tudo bem. Mas nas últimas semanas vem crescendo a insatisfação com o grau de interferência sobre o meu texto. Me incomoda o fato de que, até que eu consiga mandar alguma informação para fora do Consulado, pelo menos três pessoas - duas delas não brasileiras - editam e opiniam sobre o conteúdo e a forma. Não que eu me julgue o Machado de Assis do jornalismo contemporâneo... Mas meu currículo é carimbado por duas das redações mais exigentes do país, e nunca houve um grau de gerência externa tão grande sobre o que produzo. Não estou acostumado. E, só para complicar, eu invariavelmente acabo com um produto final que, tenho certeza, é pior do que o original. Modéstia nunca foi meu forte, principalmente em pontos nos quais sei que atuo bem. Gosto da minha redação. Compreendo que alguns profissionais em faixas salariais bem maiores do que a minha têm e terão prerrogativas editoriais aonde quer que eu vá, mas gosto da minha redação. Ponto. Ainda bem que tenho este singelo cafofo virtual para exercer o sacro-santo direito à onipotência literária sem encheção de saco. Não chega a ser um latifúndio editorial, mas o pouco com Deus é muito, já dizia minha bisavó.
E a menos de uma semana de embarcar com a patroa para Noronha, lua-de-mel com o trabalho não é exatamente uma das minha maiores preocupações no momento.