20.12.07

Do bit ao giga

Quinze boas razões para sorrir com o Playstation 3:
Assassin's Creed
Assassin's Creed
Home
Uncharted: Drake’s Fortune
Warhawk
Warhawk: Omega Dawn
Motorstorm
Metal Gear 4: Guns of the Patriots
Conan
flOw
Everyday Shooter
Calling All Cars
Resistance: Fall of Man
Def Jam: Icon
E, claro, antes que eu me esqueça...
Assassin's Creed
Difícil será dormir neste fim de ano.
Feliz Natal para você também.

27.11.07

Mas tá óóóóóóóótimo...

Foi a lindinha da Eleonora que inventou...
Que tal isso?
My Peculiar Aristocratic Title is:
Count-Palatine Glauco the Imposing of Withering Glance
ou isso:
His Noble Excellency Fasa the Fiendish of Chignall Smeally
Get your Peculiar Aristocratic Title
Viu só? Eu sou o cara!!!

23.11.07

Ir e vir

Na quarta teve jogo da seleção brasileira pelas eliminatórias.
Teve também um Flamengo e Vasco pelo estadual de basquete no Maracanãzinho.
Quem me conhece sabe que, entre um e outro, eu me importaria muito pouco de ver os gols do Luiz Fabiano pela reprise no dia seguinte. Acontece que as torcidas organizadas de Flamengo e Vasco resolveram criar um clima insustentável para o comparecimento ao ginásio. Essa última de usar internet para combinar briga de gangue é o limite do terrorismo doméstico. As autoridades precisam tomar uma atitude mais drástica. Não adianta dizer que estão monitorando os fóruns: tem que ir na raiz e prender esses pseudo-torcedores de merda (só falando assim) que afugentam dos estádios e ginásios os cidadãos de bem. Quarta-feira me senti tolhido em meu direito de ir e vir. Queria muito ter comparecido. E não se trata de medo, pura e simplesmente... Ora, se for para pagar e ver um bando de marmanjo entrando na porrada, é melhor um evento de vale-tudo no pay-per-view. Tem mais técnica e conduta esportiva envolvida.
Resultado: ginásio vazio. Menos renda para os clubes, eu de mau humor.
Mais uma vez, perdão pelo linguajar chulo. Mais essa me deixou realmente muito puto...
Tipo assim, com vontade de bater em alguém, sabe?

8.11.07

Por um fio

Admito que sou um sujeito medroso e pouco empreendedor. Das muitas qualidades que penso ter, não posso gabar-me de coragem para reviravoltas e loucuras quando realmente importa. Gosto de receber meu salário no fim do mês, e nunca me imaginei abrindo meu próprio negócio, por exemplo. Não é o mesmo que dizer que me faltam ambição e sonhos – aliás, tenho muito de ambos. Mas, às vésperas dos 30 anos, estou começando a dar umas olhadinhas por cima do ombro, e bate aquela ponta de arrependimento por saltos de fé que deixei de realizar, seja por timidez, seja por excessiva prudência.
Em absoluto, eu deveria ter jogado mais basquete, deveria ter começado mais cedo no teatro , e sem dúvida deveria ter beijado a boca daquela guria que me deixava louco quando tinha 12 anos – está certo que ela até poderia não ter topado, mas dói o fato de eu sequer ter tentado.
Hoje sou um profissional razoavelmente bem sucedido. Poderia ser mais, mas estou aonde a vida e carreira me trouxeram sem pedir favores, logo não tenho do que reclamar. Acho.
O humor de nostalgia se agravou de ontem para hoje por causa de uma dessas insistentes coincidências que não se cansam de jogar o passado na nossa cara. Contei pelo menos uns cinco meninos com o uniforme do Colégio de São Bento pelas ruas. Lembrança de uma época boa, em que as maiores preocupações do mundo eram as provas de física e matemática. Ah, a inocência! Ah, o futuro!
...Tornei-me duro e confessadamente cínico. Queria ter a vida que tenho hoje, com olhos de criança. Adolescente, talvez. Consigo enganar alguns, que me ainda chamam de “garoto”. Não sou mais garoto. Mas bem que gostaria.
Preciso fazer mais por mim. Mas que dilema: como eu, a epítome do narcisismo egocêntrico pós-moderno, poderei investir ainda mais em mim?
Coragem para ousar, jovem gafanhoto. Coragem para ousar. Os projetos que antes você podia adiar sem culpa, já não podem mais ficar para amanhã. Quando dar-lhes-á as merecidas asas? Aos 80?! Logo você, que achava lindo viver 10 anos a 1000, e não 1000 anos a 10? O cerne da questão extrapolou o velocímetro e acendeu a luz vermelha no odômetro.
...Só para me enganar um poquinho, comecei a fazer aulas de acrobacia aérea. Os braços doem-me terrivelmente. Mas a metáfora do quase-grande homem pendurado por um fio me deixa cadinho mais feliz.

19.10.07

Chamado às armas para a geração Atari

Esqueça o Renan. O Renan já era. O que eu quero ganhar de presente de natal do Congresso Nacional é uma rápida tramitação do projeto de lei 300/2007. A todos os game-maníacos de plantão: vamos lotar as caixas postais dos ilustres congressistas para que a coisa não se perca no limbo do ano eleitoral que se aproxima! Este é o primeiro passo rumo ao possível aquecimento de um setor da economia brasileira que tem potencial para ser líder na América Latina, mas está entregue às mãos de uns poucos investidores legítimos e uns muitos piratas e contrabandistas aproveitadores. Palavra de ordem: ou isenta-se os games, ou locupletemo-nos todos!

26.9.07

Implicante

Hoje eu levantei com sono
Com vontade de brigar
Eu tô manero pra bater, pra revidar provocação
Olhei no espelho meu cabelo e tudo fora do lugar;
Vê se não enche, não me encosta
Tô bravo que nem leão
E não pise no meu calo que eu te entorno feito água
E te jogo pelo ralo.
Hoje você deu azar.
Hoje você deu azar.

De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas dentro da sua cabeça?
De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas dentro da sua cabeça?
De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas dentro da sua cabeça?
De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas dentro da sua cabeça?

Hoje eu tô meio implicante.
Hoje você deu azar.
Hoje você deu azar.

(...)

É isso aí.

12.9.07

Sem um pingo glamour...

Veja como o Brasil anda atrasado e super demodé em matéria de escândalo:
Na Roma antiga, quando um nobre era descoberto em atos corruptos, cortava os pulsos para evitar que a família tivesse o nome denegrido.
Nos Estados Unidos, um presidente renunciou em meio a um grande escândalo de espionagem eleitoral, num episódio que rendou livros e roteiros de cinema.
No Japão, um famoso cientista pediu desculpas à nação por ter fraudado resultados em pesquisas genéticas de um dos mais conceituados centros de excelência nacionais. Aliás, hoje mesmo o primeiro ministro renunciou por não conseguir angariar apoio político para sua administração após escândalos que sequer chegavam diretamente a ele, envolviam apenas seus correligionários.
(...)
Enquanto isso, em Tupiniquinópolis, deputados saem no tapa com seguranças do Senado por acesso a cadeiras de pista para o mais desinteressante espetáculo dos últimos anos: o voto de cassação de mandato de um congressista que vendeu boi com nota fria para pagar por fora a pensão da filha que teve com a amante. Isso tudo, depois de utilizar o púlpito do Legislativo para pedir arrego para a mulher pela mancada, em explícito exercício público de lavagem da roupa que deveria ser doméstica.
Coisa mais provinciana e pequeno-folhetinesca, estou para ver.

28.8.07

O Ultimato Bourne (ou em defesa do cinema pipocão)

A experiência jornalística me ensinou a evitar generalizações, mas hoje vou me permitir uma bem ampla, para compensar todas as que evitei ao longo dos últimos anos: quem acha que cinema hollywoodiano é desprovido de sentido ou de mensagem é no mínimo ingênuo, e pode estar beirando a pseudo-intelectualidade. Cuidado! Não se alimente com jargões pedantes e esnobes, porque esse é um passo em direção à cegueira. Parto em defesa do pipocão porque estou cansado de ouvir que a única coisa que presta na indústria cinematográfica hoje em dia é o último-quase-documentário-de-um-diretor-iraniano-obtuso-e-hermético-que-ninguém-viu-porque-a-verba-de-distribuição-foi-consumida-na-coleta-de-cápsulas-deflagradas-utilizadas-no-figurino-que-por-sinal-veste-um-elenco-estelar-de-mendigos-descendentes-de-persas-de-pura-linhagem-nas-ruas-de-Teerã. Realmente, uma proposta original e ousada, a que só o crítico-intelectualóide-ranzinza-que-espera-comer-uma-caloura-de-cinema-ou-de-filosofia-ainda-nesta-década teve acesso.
Hollywood tem uma agenda, tem mensagens, e muitas delas vão além da óbvia propaganda nacionalista americana. Basta procurar para ver. Não foi à toa que quando o governo Bush começou a perder a mão na guerra contra o terrorismo e aprovou a quebra de sigilos telefônicos e outras medidas que feriram, na visão de alguns, a privacidade e a liberdade de cidadãos americanos em solo estadunidense, a indústria do cinema respondeu com filmes como A Vila, uma obra prima de Night Shyamalan sobre o controle através do medo, e tempos depois com Boa Noite, Boa Sorte - um convite à reflexão sobre o macartismo.
Não estou aqui para julgar o governo que paga meu salário, muito embora, se perguntarem, vou me dizer democrata, obrigado. Toda essa conversa sobre o valor de Hollywood vem para tão-somente tecer elogios a mais um blockbuster cheio de significado: não perca O Ultimato Bourne. Seria pecado mortal.
No que parece ser o último filme da série, vemos o agente secreto encarnado por Matt Damon (ótimo, como de costume) lutando para sobreviver em meio a uma grande queima de arquivo da CIA, durante a qual a moral passa para segundo plano quando operações não oficiais estão prestes a serem deslindadas e a agenda de auto-preservação de certos diretores da companhia atropela qualquer resquício de ética e bom senso. Desnecessário dizer, Bourne passa de gato a rato e novo a gato várias vezes até o fim do filme que eu não contar, explodindo coisas e provocando efeitos colaterais que deixariam James Bond ruborizado. Mas isso é apenas o óbvio.
Atenção na personagem Pamela Landy, mais uma vez interpretada por Joan Allen. Ela esconde uma pérola do roteiro. Uma mensagem curta, quase subliminar, que vai passar desapercebida se a sua boca estiver muito cheia de pipoca. A certa altura dos acontecimentos, em ainda mais uma discussão sobre se o melhor a fazer é mesmo eliminar Jason Bourne, ela toma partido a favor do assassino arrependido com uma frase tão curta quanto afiada e incisiva: "This isn't us." Em menos de um segundo perdido em mais de de duas horas de película, o resumo do descontentamento por uma situação que começou como não deveria e saiu completamente de controle. Aguce a visão: entre lutas bem coreogradas e explosões espetaculares - sem as quais, na minha opinião, é difícil fazer um bom filme para sábado à noite - está a metafórica crítica a uma administração que se isolou ao adotar medidas extremas por uma causa que, a princípio, quase todos defendiam; e acabou por se tornar algo perigosamente próximo daquilo que combatia, ao afetar a vida e arranhar o modelo de uma sociedade que prega a liberdade. Quando Joan Allen rouba a cena dizendo "Nós não somos isso", quase dá para arriscar em quem os roteiristas Tony Gilroy, Scott Burns e George Nolfi vão votar nas próximas eleições americanas...

20.8.07

O Reverso

Confesso não me lembrar que ocasião me levou a voar para Congonhas pela primeira vez. Talvez alguma cobertura jornalística. Já lá se vão anos, mas o que me lembro, o que trago gravado na memória, foi o temor que senti ao perceber que o avião mergulhava em um mar de edifícios, e que qualquer deslize do piloto poderia ser fatal.
Que aeroportos encravados no meio de áreas densamente urbanizadas – especialmente as de alto gabarito – são potencialmente mais perigosos é ponto pacífico, não se discute. É também verdade que a maioria dos terminais nessa situação viram cidades crescerem desordenadamente à sua volta, por inapetência governamental em todas as esferas.
Seja como for, toda a racionalização sobre quem é ou deixa de ser responsável pelas atuais agruras de Cogonhas, ou mesmo o mórbido consolo de que as chances de um novo acidente ocorrer em intervalo de tempo tão pequeno após o choque do vôo 3054 eram estatísticamente mínimas, valeram pouco quando o comandante anunciou que estava iniciando os procedimentos de pouso. Eu estava com medo.
Hora de desfazer o que talvez seja uma impressão equivocada: eu nunca tive medo de voar. Aliás, quando criança, eu adorava. Com o passar do tempo e os efeitos hormonais da adolescência, passei a reclamar da falta de espaço. Mas medo, nunca tive.
Até hoje.
Pouco me tranqüilizaram o tempo ensolarado e a pista seca. Quando o avião tocou o solo, me peguei vigiando o reverso da turbina ansiosamente, repetindo sem voz um mantra aeronáutico de humilde autoria mas de sagaz e arguta riqueza em sua simplicidade: “arma, arma, arma, arma!” A isto foi reduzido o Samba do Avião, cheguei a pensar. O que diria Tom Jobim a respeito? O reverso armou. Eu me persignei e levantei-me para sair apressadamente. O que também é uma mudança de comportamento, já que normalmente espero que todos saiam para o evitar o sempre irritante engarrafamento no corredor.
Houvesse alternativa, eu teria vindo para São Paulo de ônibus. Infelizmente, a viagem foi decidida em regime de urgência, e tempo não foi um luxo viável.
Cheguei, enfim, são e salvo. Mas o vôo de hoje definitivamente não entrará na minha lista de melhores experiências. Fica reforçada, pelo que vale, a lição da mamãe: pensamento e atitute positivos podem reverter qualquer situação adversa, dizia ela, na época em que eu ainda vivia agarrado às suas barras. E é verdade: o reverso armou.

24.7.07

Contundente

Eis a triste crônica que eu gostaria de ter escrito sobre o trágico acidente aéreo em São Paulo e toda a absurda situação de desgoverno que o cerca. O texto é de Ali Kamel, Diretor Executivo de Jornalismo da TV Globo, e foi publicado hoje em O Globo:
Nada entendo de aviões. Escrevo na condição de passageiro freqüente deste meio de transporte. Penso na dor das famílias e creio que a tragédia mostrou que todos estamos há tempos sendo lesados. Deve existir algum código em defesa dos passageiros, mas, se existe, ou ele não está sendo posto em prática ou deve ser emendado urgentemente. A TAM informou que o manual da Airbus diz que o modelo A320 pode voar até dez dias com defeito no reversor da turbina: basta travá-lo. Se isso é fato, creio que temos de ouvir do comandante, além das boas vindas, um aviso mais ou menos assim: “Senhores passageiros, aqui quem fala é o comandante. Antes de iniciar a nossa viagem, gostaria de informá-los de que nosso avião está com o sistema auxiliar de frenagem, o chamado reversor das turbinas, quebrado. Não se assustem, o manual do fabricante nos permite viajar assim por até dez dias antes de consertá-lo, e ainda faltam seis. O pouso acontecerá sem problemas, desde que não haja chuva muito forte. Boa viagem”.
Como não pagamos caro para voar em aeronaves com defeitos, como o sistema de meteorologia não é confiável e um pé d’água na hora do pouso é sempre possível, muitos desceriam do avião. Eu desceria. Desde o desastre da TAM em 1996, sei o que é um reversor e não me arriscaria a voar, sabendo que esse dispositivo está com defeito. A TAM, em anúncios publicitários, vem dizendo que é transparente: afirma que, na entrevista após o desastre, o vice-presidente técnico da empresa, Rui Amparo, admitiu o defeito no reversor. Uma reportagem da “Folha de S. Paulo” rememorou, dias depois, a entrevista: “Amparo, ao ser questionado se poderia ter ocorrido problema semelhante ao do acidente de 1996, afirmou: ‘O reversor direito estava travado, em condições previstas dentro das normas desse tipo de avião e que não coloca qualquer obstáculo ao pouso previsto em Congonhas’”. Ora, qualquer um ali traduziria assim a explicação: o reversor não tinha problemas. Se a TAM acha que isso é transparência, fico imaginando o que, para ela, seja omitir fatos. O Brasil só tomou conhecimento do defeito depois do furo do “Jornal Nacional”.
Da mesma forma, se houvesse respeito pelos direitos dos passageiros, nós também teríamos sido informados de que a pista principal de Congonhas foi liberada sem que o governo ainda tivesse tido acesso ao laudo do IPT. Não importa que este laudo, divulgado apenas após o desastre, diga que a pista é segura, acima dos padrões internacionais. Importa que a pista foi liberada antes de o laudo estar pronto. O IPT, porém, terá de refazê-lo, após os fatos que só agora vêm emergindo. Na véspera do desastre, dois vôos da TAM, um deles usando o Airbus que viria a se acidentar, quase não conseguiram parar (no mesmo dia, um avião da Pantanal aquaplanou na pista, sendo arremessado contra um gramado lateral). Gravações atestam que naquela segunda-feira, a torre, como se estivesse repetindo um mantra, dizia a todos os pilotos que se aproximavam: “Atenção, pista escorregadia”. Eles não fizeram isso à toa: deram o aviso porque eles próprios foram alertados pelos pilotos. Em apenas meia hora, foram 14 avisos a 14 aviões. Eu me pergunto: será normal que uma pista, embaixo de chuva, fique escorregadia e permaneça aberta? Eu aceito que uma pista molhada continue aberta, se a lâmina d’água for inferior aos padrões internacionais. Mas se a pista, mesmo sem uma lâmina d’água expressiva, continua escorregadia, a ponto de levar os controladores a dar o sinal, ela deve continuar aberta? Eu não sei. Mas, como passageiro, eu gostaria de ser avisado, antes do embarque, de que o avião em que eu viajo vai pousar numa pista que controladores e pilotos descrevem como escorregadia.
No dia do desastre, um piloto da Gol avisou a torre de que a pista estava escorregadia. A Infraero fez a medição e se limitou a dizer: “Inexistência de lâmina ou poça d’água”. Os controladores, que tinham fechado a pista para a medição, perguntaram: “Isso quer dizer que a pista pode ser liberada?” A resposta foi uma repetição: “Inexistência de lâmina e poça d’água”. Isso demonstra apenas que, nos dias de hoje, ninguém quer chamar a si responsabilidades. Não é para menos: se fazem tudo como manda o figurino, os controladores correm o risco de serem acusados de fazer uma “operação padrão”, que leva ao caos aéreo. Se são mais flexíveis, e evitam problemas de fluxo e atraso, arriscam-se a levar a pecha de homicidas. Esse é um país estranho mesmo, em que a desordem reina em tal nível que sequer fazer greve é necessário: para causar tumulto, basta seguir o padrão. Ora, seguir o padrão deve ser sempre a praxe, nunca a exceção. Se o padrão está errado (e não está), deve ser mudado. O que não se pode é deixar de segui-lo. Afinal, ele é o padrão. Em tempo: a pista acabou liberada após 13 minutos. À noite, aconteceu a tragédia.
A mesma sensação de que nossos direitos de passageiros foram lesados me veio quando o governo anunciou as modificações em Congonhas, após o desastre, diminuindo números de vôos, proibindo que ali sejam feitas escalas e reduzindo a aviação executiva. Isso quer dizer que na opinião do governo tais medidas vão ajudar a impedir novos desastres. Se é assim, durante muito tempo voei para um aeroporto cujo administrador (o governo) sabia que estava sobrecarregado, gerando risco para nós, passageiros.
Eu não tenho opções: meu trabalho exige que eu voe com freqüência. Mas sonho com o dia em que meus direitos básicos sejam respeitados pelas companhias aéreas e pelos governos.

1.7.07

Addicting

Experimente isto. Mas esteja avisado: não me culpe se, vinte minutos depois, estiver batendo a cabeça no monitor e arrancando os cabelos tentando se lembrar daquela trilha sonora que está na ponta da língua. Este foi aproximadamente o tempo de que precisei para atingir a marca de 88% de aproveitamento positivo, e chegar à conclusão de que eu simplesmente não seria capaz de acertar as 64 músicas... e foi uma conclusão sábia, ou eu poderia ter varado a madrugada num doentio jogo de gato-e-rato com desmemórias que não tenho mais.
Em tempo: se você não é cinéfilo, mas cinéfilo mesmo, de carteirinha... nem tente.

22.6.07

Quem precisa de cartão de crédito?!

Dançar tango sobre um tapete persa ao som do violoncelo de Yo Yo Ma, ao vivo, bem ali do lado...
Não tem preço.

8.6.07

Indianápolis

Não é Rock in Rio, mas... Eu fui!
Muito chique, dei até
entrevista em inglês...
E posso dizer que poucas coisas superam o rugir dos motores:

13.5.07

Elementar

Ione, te amo. Beijos e mais beijos.

27.4.07

Vanilla Sky tupiniquim

Quem conhece minha linha trabalho vai dizer que estou usando o blog a fim de advogar para o império, mas não é verdade. O relato, por simples e inócuo que possa parecer, é irrefutável evidência de como o Brasil ainda engatinha no tocante a direitos do consumidor:
Tive meu celular furtado durante as férias. E isso é uma ótima história para mesa de bar, que não vou contar aqui. O fato é que, de volta à pátria amada, a operadora me ofereceu um modelo top-de-linha com um bom desconto: “Senhor, este celular tem câmera digital, toca mp3, e o senhor poderá estar sincronizando o aparelho com o seu computador pessoal para troca de arquivos.” – Papo de telemarketing. Mas eu já estava mesmo de olho no celular. Negócio fechado.
Aí eu fui comprar o tal kit de sincronização com o PC:
- É compatível com o Windows Vista?
- É, sim senhor. O senhor poderá estar baixando a atualização via internet, e vai rodar direitinho – papo de vendedora de loja, que provavelmente já foi operadora de telemarketing algum dia na vida. Mas eu queria o produto de qualquer jeito, para início de conversa. Negócio fechado.
Chegando em casa, a surpresa: você pode fazer tantas e quantas atualizações quiser - o tal kit de sincronização da Motorola não vai rodar no Vista. Comprovadamente. Então lá estava eu, com meu mega-celular, e tudo que eu podia tocar no mp3 player eram as campanhias pré-instaladas de fábrica. Perspectiva desanimadora.
Primeiro contato com a Motorola do Brasil, via chat – suporte online ao vivo, coisa muito chique:
- Existe previsão para o lançamento de uma versão compatível com o Windows Vista?
- O Motorola Phone Tools não está sendo compatível com o Windows Vista neste momento, senhor.
- Isso eu já percebi, meu caro. Aliás, esse é o motivo do meu contato. Vou repetir a pergunta: existe previsão para o lançamento de uma versão compatível com o Windows Vista?
- No momento não, senhor.
- Me deixe ver se entendi: a operadora me vendeu um celular fabricado por vocês, e na loja de acessórios me disseram que o produto era compatível, mas o resumo da ópera é que a Motorola está colocando no mercado milhares de aparelhos que, em última análise, são incompatíveis com a última versão do sistema operacional mais utilizado no país?
- Aparentemente, senhor, esta situação que o senhor está relatando pode estar sendo real – papo de operador de telemarketing que pensa ser capacitado para prestar suporte técnico. Eu, já passando da frustração à tendência homicida aguda contra quaquer doutrinado do gerundismo:
- "Aparentemente?! Pode estar sendo real?!?!" Amigo, isto está acontecendo! Está acontecendo comigo, e provavelmente com algumas outras centenas de consumidores que já instalaram o Windows Vista em seus computadores! Que solução a Motorola vai dar para o problema? E quando?!
Este chat foi encerrado pelo suporte técnico.
...Repensando minhas alternativas naquele momento, cheguei à conclusão de que atirar meu novo celular ultra-moderno-mas-e-daí? contra a parede seria contra-producente, e retornar ao XP por conta da inapetência da Motorola do Brasil seria impensável. Voltei à loja, olhei feio para a vendedora, troquei a versão obsoleta do software por um fone Bluetooth. OK, então agora eu posso falar ao telefone sem usar as mãos. Meu celular e meu PC, no entanto, continuavam tão distantes quanto água e óleo em laboratório secundarista de química. Mas eu sou brasileiro e não desisto nunca. E graças à minha santa mãezinha, que viúva me criou, sou capaz de escrever em inglês. Disparei um mail insatisfeito para a Motorola nos Estados Unidos e… veja que coisa: em dois dias me enviaram, de graça, uma versão beta do programa compatível com meu sistema operacional. Isso, e um longo pedido de desculpas.
…Deu pra entender a diferença?
Em tempo, e caso você esteja se perguntando: se o seu computador tem uma boa configuração, o Windows Vista é ótimo. Carrega bem mais rapidamente que o XP, e tem uma interface bem mais amigável e atraente. Vale a pena experimentar. E se algum programa não funcionar como deveria… bem… chame o suporte técnico!

13.4.07

Um pouco de Caribe








Sim, é verdade: eu tirei férias...
Mas já estou de volta!!

15.2.07

25.1.07

Poor assessment of my state of mind

So it is true, then...
Another one bites the dust.
This week's just been hell
And I desperately need a day by the ocean.

4.1.07

Tardiamente, o Rei do Inverno...

Algum amigo homem, por favor, me bata! E aproveite, porque eu sou grande, forte, imponho respeito, e a oferta é por tempo limitado. Uma oportunidade como essa não aparece todo dia! É a sua grande chance! (…) Não? Ninguém? Depois não reclamem…
Aonde eu estava quando Bernard Cornwell publicou sua trilogia Arthuriana? Por que diabos não dei ouvido às várias figuras que me urgiram à leitura, explicando que se tratava de um Brumas de Avalon para homens? Por que eu, entusiasta de crônicas de guerra, estratégia política e militar, simplesmente não mexi minha bunda gorda? – Tá legal, ela não é gorda. Desculpem o linguajar, mas é elevado o nível de auto-indignação. O que diabos aconteceu comigo?!
Pois bem. Terminei ontem de ler o último livro. Me forcei a ler mais devagar o terceiro volume, porque estava com pena de acabar, mas ontem não teve jeito: cheguei ao fim das aventuras de Derfel. Há muito tempo não me envolvia tanto com a história e os personagens de uma obra literária. A narrativa de Cornwell é absolutamente perfeita: todo o glamour que relatos Arthurianos merecem, aliado à realista brutalidade que ninguém jamais ousou descrever em aventuras de capa e espada. Dá para sentir o cheiro de carne queimada vindo das piras nos campos de batalha. Dá para ouvir o ranger de dentes quando duas paredes de escudo se chocam. E, acredite, se você pensa que sabe o que é uma parede de escudos só porque viu Russel Crowe brincando de gladiador no cinema, é hora de rever seus conceitos... definitivamente.
Não há o que dizer. Se você é um dos amigos que insistiu para que eu lesse antes, me espanque agora, ou cale-se para sempre. Se você ainda não leu, não me deixe ficar sabendo, ou me verei obrigado a nocautear algum senso para dentro desta sua cabeça de vento… Afinal, aonde você estava quando Bernard Cornwell publicou sua trilogia Arthuriana?!
Em outra nota sobre conflitos históricos: confiram o trailer de 300 de Esparta. Eu já encomendei meu exemplar de Portões de Fogo. Ouvi dizer que é o Rei do Inverno da Batalha das Termópilas. Cobrem-me depois um parecer definitivo…