3.9.05

Aonde eu vim parar

Pode parecer um baita programa de índio, e sob muitos aspectos, de fato é. Mas o que eu pensei que fosse a furada do século, está se mostrando uma viagem até que interessante. Estou postando de Angicos, semi-árido do Rio Grande do Norte. Mais uma sessão do banho de povo que o Lula está tomando para tentar - a meu ver da pior forma - descolar-se da crise. "Mas como ele foi parar em Angicos?!" - vocês vão perguntar... Bem, avião até Natal, e carro alugado em direção ao interior do estado. Deu para observar, em primeira mão, a mudança de clima e vegetação que eu só tinha estudado no colégio, e não veria sob outras circunstâncias, porque não me parece, exatamente, uma opção turística. É sim, sob muitos aspectos, uma paisagem desoladora, mas me levou a repensar um bocado de coisas. Nós, das áreas nobres das metrópoles, temos mania de reclamar de tudo. Aqui a gente vê uma outra face da nação. E olha que eu nem cheguei no sertão. O povo, humilde, abre sorriso só em saber que você é de fora. Querem saber de tudo, perguntam um monte de coisas. Abastecer o carro foi uma experiência. Quando disse para o frentista emitir nota em nome da Rádio Globo, foi uma sensação. Mesmo os colegas olham diferente. E eles são jornalistas, tanto quanto (...) Seria mais cômodo estar apresentando o programa do estúdio, mas dessa vez estou curtindo a cobertura. Talvez pelo tom de aventura - pegar a estrada com o mapa na mão e ter a chance de observar um monte de coisas. Tá que eu quase atropelei um jegue, mas isso é outra história. Agora, a cerejinha: Lula cancelou seus compromissos em Natal. Se tudo der certo, ainda vou passear nas dunas hoje à tarde. Que triste, não?

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