8.2.06

Onde estava escrito?

Em algum lugar entre a minha criação católica, a convivência com judeus, a freqüência a centros espíritas e de umbanda, conversas com budistas e algumas passagens por círculos de magia, cheguei à conclusão muito pessoal de que Deus - na falta de uma palavra melhor - é um só, atendendo por vários nomes diferentes. Me espanta o ponto crítico a que chegou a intolerância quanto às charges publicadas em jornais europeus fazendo alusões – reconhecidamente infelizes – a Maomé. Queimar embaixadas? Matar pessoas? Quem ganha com isso? A última em Teerã é um concurso para a premiação do melhor cartoon sobre o Holocausto (...) Mas com isso a idéia é denegrir a Europa por ter parido Hitler? Ou fazer lembrar aos judeus que houve época em que foram tratados como raça (?!) inferior? Ou os dois?! O Fundamentalismo religioso – e me desculpem os fundamentalistas – tomou ares de pirraça infantil esta semana. Uma pirraça infantil alimentada a ferro, fogo, xenofobismo, niilismo e um monte de outros ismos que para mim não fazem muito sentido. E, ainda assim, tudo se resume na simplicidade de uma birra estúpida. Eu entendo bem que toda essa conversa de tolerância e diplomacia fica muito bonita no ocidente, mas não está no esquadro de certos estados teocráticos, o que é questão tão-somente cultural, e deve ser respeitada... mas qual dos profetas anunciou que um erro deve ser retribuído com outro erro? Faço a pergunta porque admito conhecer pouco do mundo islâmico... Que Alah seja um Deus punitivo, eu compreendo. Javé também o é, embora a doutrina explique que, paradoxalmente, Ele também é amor. E para não colocar duas ou mais religiões balança, o que não é, definitivamente, meu objetivo, alguém poderia simplesmente me explicar onde no Alcorão está dito que queimar embaixadas com pessoas dentro é melhor caminho do que simplesmente esvaziá-las, com toda a carga simbólica que isso carrega? Estamos de volta à Idade Média? Ou será que dela nunca saímos? Vou passar ao largo de toda a discussão sobre liberdade de imprensa, porque isso também é conversa de ocidental. Mas quantas vidas vale uma caricatura, afinal? Seguindo a Lex Talionis, deveríamos cortar as mãos dos dinamarqueses por trás de tudo isso? (...) Triste.

Enquanto isso em Gaza... o empresário Ahmed Abu Dayya está faturando alto com venda de bandeiras dimarquesas para combustão em praça pública. US$ 11 cada. Sujeito esperto.

E a boa nota da semana: finalmente nasceu Manú!! Parabéns, Dedéia! Tudo de ótimo para essa família linda!

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