26.9.06

Com que roupa?

Sempre resisti em discutir eleições por aqui. Acho que voto é uma coisa muito sua, ou minha, e a não ser que nos sentemos em uma mesa de bar ou de universidade para discutir, ninguém tem nada com isso. Ocorre que minha angústia eleitoral chegou a níveis insustentáveis. Preciso de ajuda, ou ao menos de uma consultoria camarada...
Não vou votar no Lula. Isso tem menos a ver com a minha decepção de jovem-jornalista-de-esquerda; e mais com a minha simples impressão de que, se eleito, o sujeito não vai conseguir chegar ao fim do mandato, e o preço a se pagar vai ser mais caro lá na frente. Rendo-me e, pesarosamente, voto no Alckmin. Aí começa o dilema: pela primeira vez na vida, entrego meu voto a um candidato de direita no Executivo, mas minha base legislativa continua de comunista pra baixo, seja no Senado, Câmara ou Assembléia. O resultado é um balaio de gatos que, em absoluto, não tem a palavra governabilidade como diretriz maior. Eu, que sempre acreditei em coerência eleitoral, vejo-me disparando votos para correntes partidárias opostas. Alguém aí tem remédio pra isso? Algum candidato ao Legislativo que seja de centro, sem aliar essa tendência ao fisiologismo pseudo-emedebista? Que situação...
Uma nota de tristeza: aos dezesseis, quando fiz questão de tirar meu título, já era difícil encontrar candidatos que prestassem. Hoje, vendo que o Collor deve voltar ao Senado pelos braços do povo, estou cada vez mais convencido de que quem não presta são os eleitores mesmo.

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