23.12.04

Just a girl

Ela apareceu de manso. Chegou sem pedir contrapartidas românticas ou sentimentais. Não fez cobranças, não quis discutir a relação. Aliás, não fez sequer questão de ter uma relação. E ainda assim, no lugar do falso-conformismo, parecia à vontade; como se, tanto quanto eu, não tivesse pressa, não tivesse ânsias. Mima-me. Na verdade, estragama-me, sempre com um sorriso no rosto. Há meses vem destilando carinho em gestos e conversas fáceis. Parece muito segura de si - Nossa! Que novidade! - e não exerce ciúmes. Dadas as circunstâncias que ela mesma nunca fez questão de mudar, nem teria porquê. Mas aproximou-se. Aos poucos, sem fazer alarde... soube cativar-me nos pequenos detalhes. Se o fez de forma genuína, é uma menina rara. Se o fez de maneira calculada, é mulher como poucas. Geminiano que sou, deixa-me livre. Parece estar tranqüilamente ciente de que essa é a única maneira real e verdadeira de ter-me. Com todo esse clima de aproveite-o-fim-de-ano-e-tome-rumo-você-também no ar, pode ser que eu resolva oficializar as coisas. Ou não... afinal - que alegria! - nenhum de nós está correndo contra o tempo. E por falar em tempo: chove lá fora.
Mas em mim é verão.

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