26.10.10

Servidão voluntária

Instigado por um artigo publicado hoje em O Globo, revisitei Étienne de La Boétie. O humanista e filósofo francês do século XVI permanece atualíssimo, especialmente no tempo da pseudo-democracia. O nosso tempo:
“Como é possível que tantos homens, tantas nações se submetam à vontade de um senhor sem que força alguma os obrigue a isso? Como explicar que o tirano, cujo corpo é igual ao nosso, consiga crescer tanto, com mil olhos e mil ouvidos para nos espionar; mil bocas para nos enganar; mil mãos para nos esganar; mil pés para nos pisotear? Quem lhe deu os olhos e ouvidos dos espiões, as bocas dos magistrados, as mãos e os pés dos soldados?
...
A tirania existe e persiste não porque somos obrigados a obedecer ao tirano e aos seus representantes, mas desejamos voluntariamente serví-los porque deles esperamos bens e a garantia de nossas posses.”
Permaneço utopicamente anarquista. Na vida real, ainda não achei forma ou sistema de governo que me convença. Mas há de haver. Só não é isso que está aí...

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