27.10.10

Muita Luz

...Pra mim, pra você, para todos os envolvidos nessa folhetinesca história que tanta alegria trouxe, e tanta dor me causa agora. Eu só desejo o seu bem, sempre foi assim. E agora quero força pra juntar meus cacos, cuidar de mim e dos que são meus. Se bem que, agora, ando precisando que cuidem um pouco da minha pessoa também. Cansei. Estou quebrado, arrebentado. Estou sem chão na estrada. Entrego os pontos. Luz pra nós. Bandeira branca. Até mais. Conta comigo na caminhada. Ou não. Agora não sei.
...Bagunçou tudo, agora.
Alguém, por favor, acende o farol na costa. Odoyá, minha Mãe, acalma as águas no meu peito, que eu não quero tempo de tempestade pra machucar mais ninguém. A começar por mim. Ogum, meu pai, apaziguai. Por favor, apaziguai.

26.10.10

Servidão voluntária

Instigado por um artigo publicado hoje em O Globo, revisitei Étienne de La Boétie. O humanista e filósofo francês do século XVI permanece atualíssimo, especialmente no tempo da pseudo-democracia. O nosso tempo:
“Como é possível que tantos homens, tantas nações se submetam à vontade de um senhor sem que força alguma os obrigue a isso? Como explicar que o tirano, cujo corpo é igual ao nosso, consiga crescer tanto, com mil olhos e mil ouvidos para nos espionar; mil bocas para nos enganar; mil mãos para nos esganar; mil pés para nos pisotear? Quem lhe deu os olhos e ouvidos dos espiões, as bocas dos magistrados, as mãos e os pés dos soldados?
...
A tirania existe e persiste não porque somos obrigados a obedecer ao tirano e aos seus representantes, mas desejamos voluntariamente serví-los porque deles esperamos bens e a garantia de nossas posses.”
Permaneço utopicamente anarquista. Na vida real, ainda não achei forma ou sistema de governo que me convença. Mas há de haver. Só não é isso que está aí...