26.1.05

Enganado pelas boas referências

O nome de Sam Raimi nos créditos iniciais me deixou na expectativa por um bom filme de terror. Alguns de vocês podem não saber, mas antes de Homem-Aranha, o sujeito já marcava no currículo toda a série Evil Dead. E isso é credencial. O problema é que em O Grito, Sam não dirigiu. Foi só produtor executivo, o que em termos práticos significa que ele deve ter dado uma força na captação de recursos e emprestou o nome para levar meia dúzia de otários como eu ao cinema, em troca de algum trocado ou quem sabe mesmo uma participação na bilheteria. O que é bom para ele, ruim para mim. E péssimo para o meu bolso, porque eu caí direitinho. O Grito, que bem poderia se chamar O Arroto - quem viu vai entender - está entre as coisas mais toscas que vi nos últimos tempos. A premissa de lenda urbana japonesa e o fato de a história se passar por lá pode ainda atrair alguns fãs de O Chamado - Não caiam nessa esparrela! Alhos não devem servir de referência para bugalhos! Um tem trama construída de maneira a propiciar uma suspensão de realidade com um mínimo de esforço, e detalhes metalingüísticos que valem o ingresso - mais sobre isso em conversas de bar, para quem quiser. Mas o outro... o outro é uma sucessão de clichés mal ajambrados por um roteiro fraco, um argumento pífio e sustos óbvios. A coisa toda só não foi um total fiasco porque a minha namorada - sempre ela salvando o meu dia! Te amo, linda! - se assusta facilmente, e cada pulo dela me rendia ao menos uma reação instintiva àquela baboseira toda na tela: a de proteger a mocinha. Em suma: não vejam O Grito. É ruim demais. A não ser que vocês tenham a companhia certa, porque aí também... o filme não faz diferença.

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