11.7.05

Um pouco sobre nós e eles

Certa vez um amigo me disse que não gostava de São Paulo porque a cidade não tinha céu nem chão. Ele era um ambientalista ferrenho, por assim dizer. Esta foi a quarta vez que visitei a terra da garoa; a segunda por motivos profissionais, e a primeira na qual tive a chance de circular um pouco mais pela grande metrópole e observar certos hábitos. No cômputo geral, há vantagens e desvantagens na comparação com o Rio. O povo não é antipático como dizem - conheci paulistanos mais solícitos do que muitos cariocas fajutos por aí. A diferença, vai ver, está no fato de que eles se levam mais a sério. A sério demais em alguns momentos, isso é verdade. O serviço e o atendimento são melhores aonde quer que você vá. A conta também é mais alta, talvez por isso. Nós, cariocas, dirigimos melhor. Cara, eles não ligam a seta. Nunca. E o mais curioso: têm uma explicação "racional" para isso! (...) Trânsito 24 horas por dia. Eu pensei que fosse mentirinha, mas não é. Sábado, na madruga, fluxo intenso em uma ampla avenida do centro da cidade. Os taxistas são bem mais simpáticos e falam de política com desenvoltura. Interessante. Os taxímetros, em compensação, são beeemmm mais rápidos. Enfim: deixando de lado o bairrismo, não dá pra falar tão mal. Mudei alguns conceitos sobre Sampa, lugar que achava meio estranho porque o povo cumprimenta só com um beijinho. Mas decolar do Cogonhas continua sendo uma experiência estressante pela proximidade dos prédios, não importa o quanto você goste de voar - e olha que eu gosto muito. E nada bate a visão do Pão de Açúcar pela janela do avião em manobra de pouso no Santos Dumont. Sem dúvida, a melhor parte da viagem.

Nenhum comentário: