2.3.05

Sarajevo é brincadeira

Atrasado, mas antes tarde do que nunca....
A violência está cada vez mais insuportável. A saúde pública foi para a casa do chapéu, porque o secretário não é médico, não tem o mais pálido conhecimento de causa, e está lá só porque financia a campanha do prefeito, e faz questão de uma pasta no primeiro escalão do executivo municipal. Vaidade, tudo é vaidade. Nesta cidade, principalmente. Aliás, o alcade, reeleito, já fala em tom de campanha presidencial. Ele, que era um bom síndico, botou olho gordo e quer ser cacique da associação de moradores do bairro. Com isso, acaba deixando um pouco de lado o próprio quintal, faz política com a desgraça alheia. Tem gente morrendo sem atendimento, tem Emergência fechando por vazamento de esgoto, com merda boiando ao lado dos pacientes - muito ilustrativo e emblemático. A zona sul virou praça de guerra. É a eqüidade social nivelada por baixo. Segunda e terça-feira teve tiroteiro na Niemeyer. Dizem que a Rocinha perdeu o Vidigal - os alemão tomaram conta das boca tudo, mano. Parada norótica. Bala largada não tem endereço. Cuidado! Se estiver perdida, pode achar você...

Mas enquanto o sol ferve na areia, eu continuo apaixonado. Não dá para largar. Aqui, zero-21. Ora pro nobis, Redentor. Abençoa este pedaço de chão entre o mar e a montanha. Nós, mesmo espremidos, continuamos na luta. Sempre sorrindo, ainda que amarelo. Quatrocentos e quarenta anos! Aos que nasceram aqui ou que vieram de fora: vocês não adoram ser - ou mesmo estar - cariocas?

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