15.12.08

Esse tal de 2008...

Foi uma merda. Anos pares costumam ser mesmo ruins para a minha pessoa, mas esse exagerou. Tudo bem, tudo bem, tive aí algumas conquistas interessantes no campo profissional. Avanços dos quais me orgulho. Mas no pessoal e afetivo... Deus e os Orixás do Olimpo me livrem! Uma série de desencontros adiaram indefinidamente meus planos de paternidade e me levaram de volta à terapia com juros e correção monetária. Sabe-se lá por que intervenção ou ironia do destino, tornei-me uma pessoa mais aberta e menos defensiva ao lidar com esses tais seres humanos. Esse novo estilo de distribuir afetos, com o qual ainda não me habituei por completo e para que não sei se estou perto de encontrar a medida certa, me rendeu alguns bons encontros e, em igual termo, boas dores de cabeça. É certo que as alegrias são bem mais alegres assim. Mas as tristezas também são mais doídas. Aos trinta anos, não sei se meu coração agüenta essa montanha russa.
Ah, os trinta anos! Chegaram com um inferno astral arrasador. Mas passaram. Quero dizer, na verdade, o aniversário passou, juntamente como o inferno astral - não os trinta anos. E eu vi que o tempo está do meu lado. O que mata é a minha urgência. Mas a urgência é minha, e ninguém tem nada com isso. Muito menos o Sr. Tempo, esse velho implicante e ranheta que insiste em só nos dar o que queremos quando desistimos de pedir, como um avô caduco que nos mima de maneira torta entre um e outro beliscão no dedão do pé - atire a primeira pedra quem não teve um avô ou avó com mania de beliscões.
Aonde eu estava? - Sim, os trinta anos: fazer sexo com duas mulheres na mesma noite já não tem mais tanta graça quanto tinha aos vinte e cinco. Melhor fazer sexo a noite inteira com uma mulher só. No final das contas, independentemente de qualquer coisa, fazer sexo continua muito bom (graças aos céus!). Mas encontrar uma parceira capaz de oferecer alguma referência que não somente a carnal... essa sim é a grande onda. Melhor do que qualquer droga. E o grande desafio, para ser bem sincero.
...Aqui permito-me a constatação do óbvio: se você quer parceiras (ou parceiros) para algo além do simples conluio consentido, procure nos lugares certos. A experimentação é válida quando se quer experimentar, mas não pense que vai encontrar grande coisa indo àquele clube de swing a convite do casal amigo muito moderno e descolado.
Mas chega de escrever sobre sexo, que eu já falei demais. Para discorrer mais sobre o assunto valeria desistir do blog e rascunhar um monólogo sobre a vida afetiva e sexual do macho brasileiro recém-balzaquiano. Aliás, se a Petrobras não estivesse adiando todos os patrocínios culturais por causa da crise financeira global, eu poderia mesmo ficar milionário com isso. Hummm... Algo a ser considerado para 2009.
Seja como for, o ano novo será bem vindo. Entre mortos e feridos nem todos se salvaram, e eu devo reitirar que não fui muito com a cara dos últimos doze meses - acho que eles também não foram muito com a minha, para falar a verdade... Mas é claro, dado que a esperança e os clichés são sempre os últimos a morrerem, há talvez uma cartada final capaz de salvar o ano e acenar com algo genuinamente positivo e inspirador para os próximos capítulos. Esse roteiro, no entanto, está nas mãos de uma moça (linda!) que, até onde consigo ver, não decidiu ainda se vai ou se fica, se blefa ou se mostra o jogo. Acho até que quer muito dançar, mas não sabe bem se encontrou a música certa. Eu penso que sim. Depois de tanta confusão e cacofonia, consigo ouvir a melodia perfeita... mas para o meu próprio bem-estar, procuro pensar no assunto o menos possível.
- Tudo para evitar os beliscões do avô Tempo.

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