5.1.09

Sem filtro (ou soneto de epifania)

Quando te achegares a mim e tocares meu corpo,
Faze-o com despudor, enlevo e abandono.
Deixa vir a moleca que eu vejo em teus encantos
Não te preocupa! Larga-te que eu te abono!

E quando fizeres teus planos, desvia-te do engano:
Não serei eu a te dar paz resignada,
O abrigo dos tolos e covardes falso-amantes,
Que fogem no escuro quando a aurora vem rasante;

Eu vou arder no teu fogo, vou invadir tua vida;
Quero tua mais rara e simples foto de alegria
Enquanto danças na chuva em perfeita epifania!

E se teus pés cansarem, não tema, não trema
Meu colo te leva, eu espanto a noite fria
- Me beija sem filtro, que o resto é só poesia.

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